Já acabou, Jéssica? 2015 assombrou política de MS e promete mais

Lama Asfáltica e Coffee podem ampliar estrago

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Lama Asfáltica e Coffee podem ampliar estrago

Recentemente, um vídeo de uma briga de alunas viralizou na internet por conta de uma cena curiosa. Após se dar mal em uma briga, uma das alunas levanta do chão, se arruma e, para não ficar por baixo, diz para a adversária: já acabou Jéssica? A pose da menina,  mesmo diante de situação adversa e triste, de briga, arrancou riso de muita gente e tem relação com o que acontece atualmente na política, principalmente de Mato Grosso do Sul.

A cada dia surgem mais casos polêmicos envolvendo a classe política e a maioria dos envolvidos se diz inocente, questionando inclusive as investigações. Sem perder a pose, muitos chegam a brincar com ordens judiciais e até se comparam com figuras importantes, como fez o vice-prefeito afastado, Gilmar Olarte (PP). Ao deixar a prisão em Campo Grande ele se comparou a Nelson Mandela.

Nunca a editoria de política se confundiu tanto com a de polícia em Mato Grosso do Sul e 2015 promete ficar para a história como o ano mais bombástico da classe política no Estado. Isso porque quando todo mundo pensa que aconteceu de tudo, surgem fatos novos que embaraçam ainda mais a vida dos partidos políticos.

A pergunta inicial, já no título da matéria, é o que mais preocupa a classe política no momento. O grande problema é que tudo parece estar apenas na fase inicial. A polícia ainda conclui investigação sobre pedofilia envolvendo vereador; suspeita de compra de voto para cassação de prefeito e desvio milionário na gestão de André Puccinelli (PMDB), que pode resultar em prisões de outras figuras importantes.

O ano de 2015 já começou com polêmica, mas que se arrastava desde 2014, quando Bernal foi cassado. Porém, um novo caso fez a Câmara voltar a balançar. O vereador Alceu Bueno (PSL) e o ex-deputado federal Sérgio Assis foram flagrados em relação sexual com menores. O caso colocou a classe política em suspense, visto que as denúncias geraram expectativa de que outros fossem denunciados. Até agora, só Alceu e Assis respondem, mas a polícia segue com as investigações.

Pouco tempo depois, foi a vez do governo de Puccinelli passar sufoco. A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União deflagraram a Operação Lama Asfáltica e colocaram em xeque um governo até então com poucas denúncias de suspeitas de corrupção. Em poucos contratos os policiais identificaram desvio de mais de R$ 11 milhões, que mais tarde levaria nove protagonistas do governo de Puccinelli para a cadeia, incluindo o ex-deputado federal e secretário de Obras, Edson Giroto (PR).

A operação ainda não chegou ao fim e não estão descartado novos pedidos de prisões e uma segunda fase. A Polícia Federal recolheu mais de 30 contratos da gestão de Puccinelli. Uma auditoria do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), por exemplo, encontrou desvio de R$ 11 milhões em outros três contratos, diferentes do que levaram a operação. Nesta conta o valor desviado já chegaria a mais de R$ 20 milhões.

Quem achou que já tinha visto de tudo no ano ficou perplexo no dia 25 de agosto. O Gaeco deteve 13 pessoas, incluindo nove vereadores de Campo Grande: Paulo Siufi (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Mario Cesar (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Jamal (PR), Chocolate (PTB), Edson Shimabukuro (PTB) e Gilmar da Cruz (PRB).

A prisão foi só o início de um suspense que ainda assombra a Casa. O Gaeco chegou a pedir o afastamento de todos os vereadores que votaram a favor da cassação de Bernal, mas não conseguiu. Todavia, a operação resultou no afastamento de Mario Cesar (PMDB) por três meses e na prisão de Gilmar Olarte (PP), que agora está solto, mas continua afastado da função de vice-prefeito.

A Coffee Break  dividiu a atenção com uma decisão judicial que também marcou 2015. Depois de cassado e longe do cargo por mais de um ano, Bernal conseguiu uma liminar e voltou ao cargo, deixando muita gente perplexa. Agora, Campo Grande vive o suspense em relação ao tempo de permanência dele no cargo e de quem será o próximo prefeito.

 João Rocha (PSDB) foi eleito presidente da Câmara nesta semana e Bernal já denuncia possível golpe. O prefeito atentou para um boato que já é forte nos bastidores, de que partidos políticos elegeram Rocha com expectativa de que Bernal caia novamente. Ele seria o escolhido por integrar o mesmo partido do atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB).

O ano de 2015 também finalizou um processo que se arrastava desde 2012, quando surgiram denúncias de compra de votos para eleição de vereador em Campo Grande. O processo se arrastava, mas não passou de 2015. Alceu Bueno (já tinha renunciado, mas foi cassado pelo TSE), Thais Helena (PT), Paulo Pedra (PDT) e Delei Pinheiro (PSD) foram cassado pela Justiça Eleitoral.

Se terminasse em novembro o ano já teria sido um dos mais movimentados da vida política de Mato Grosso do Sul, mas o senador Delcídio do Amaral (PT) conseguiu se tornar o primeiro senador preso no exercício do mandato. O petista está preso e pode desvendar um escândalo de proporções incalculáveis. Delcídio foi um dos mais próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff (PT) nos casos do Mensalão e agora da Operação Lava Jato. Preso, não teve apoio nem do PT e agora a expectativa de uma delação premiada dele assusta o governo, visto que era líder da presidente no Senado.

O ano ainda não acabou e ainda promete muito neste mês final. O Gaeco promete entregar até a semana que vem o processo que pode pedir cassação de vereadores; Controladoria Geral da União e Polícia Federal também devem encerrar investigação ou iniciar nova fase da Lama Asfáltica; Gaeco ainda investiga rede de prostituição e Delcídio pode esclarecer muitas dúvidas sobre suposto esquema de corrupção que quase faliu a Petrobrás.

 

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