Deputado responde a processo por suspeita de irregularidade no

Mesmo envolvido em escândalo do “caso Gisa (Gerenciamento de Informações Integradas de Saúde)”, que causou prejuízo de quase R$ 9 milhões a Prefeitura de , quando ainda era secretário de Saúde, o deputado federal (DEM) ainda figura como pré-candidato a prefeito de Campo Grande.

O presidente do DEM em Campo Grande, vereador Airton Saraiva, afirmou que o deputado é pré-candidato a prefeito da Capital, independentemente do processo do Ministério Público Federal (MPF), baseado no relatório da Advocacia-Geral da União (AGU).

“Por enquanto é só uma denúncia. Ele tem que se defender para depois fazer o julgamento. Tem que olhar o inquérito todo para ver se é isso ou não é. Ver se houve desvio. Nem toda denúncia procede. Tem que ver se ele tem ou não envolvimento. Eu tenho certeza que ele não teria interesse em dar prejuízo ao Município”, defendeu.

O vereador afirma que tomou conhecimento da questão pela imprensa e aguarda a resposta do deputado, que preside o DEM em Mato Grosso do Sul. “Nem tudo que é denunciado tem fundamento e comprova que é verdade. Agora, se tem ou não tem alguma participação, quem tem que falar é o deputado.

Em relação a imagem do deputado, o vereador concorda que pode ter desgaste, mas acredita que tudo pode ser esclarecido. “Sendo esclarecido que ele não é culpado, pode sair ileso. Ele é candidato, com certeza. Até agora tem denúncia e nenhuma prova”, afirmou.

O caso

Depois que o Ministério da Saúde cancelou o convênio com a Prefeitura de Campo Grande e cobrou a devolução do dinheiro investido no Gisa (Gerenciamento de Informações Integradas de Saúde), o MPF (Ministério Público Federal) decidiu apresentar denúncias contra os responsáveis pela elaboração do contrato com a empresa contratada para desenvolver o software, o que foi acatado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), Luiz Henrique Mandetta e mais 24 pessoas, entre servidores públicos municipais, empresários e as empresas contratadas, foram denunciadas em duas ações de improbidade, depois que o MPF encontrou indícios de fraude na implantação do sistema.

Para o Ministério Público, a licitação, que teve a o consórcio Telemidia Technology como vencedora, foi feita para beneficiar empresas que posteriormente financiaram viagens de Mandetta no período pré-eleitoral.  “Curiosamente, a viagem internacional (para Portugal) foi paga com recursos da própria Telemidia, que, pouco tempo depois, nas eleições de 2010, fez doações não declaradas para a campanha de Mandetta à deputado federal”.

Dos quase R$ 10 milhões que foram investidos no Gisa, o Ministério da Saúde exigiu a devolução de tudo o que investiu, inicialmente R$ 8,2 milhões, que corrigidos chegam a R$ 14 milhões, montante que terá que ser pago pela prefeitura à União. A equipe de reportagem telefonou para o deputado, mas ele não atendeu a ligação.