Empreiteiras financiaram indiretamente vereadores que não apoiariam CPI
PMDB e Giroto ajudaram parlamentares com dinheiro vindo de empresas do tapa-buraco
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PMDB e Giroto ajudaram parlamentares com dinheiro vindo de empresas do tapa-buraco
A oposição está encontrando dificuldade para conseguir dez assinaturas e emplacar a “CPI do Buraco” na Câmara Municipal de Campo Grande – até agora, oito dos 29 vereadores assinaram o requerimento. A resposta pode estar no financiamento das campanhas eleitorais, nas quais, indiretamente, os parlamentares receberam dinheiro das empresas.
O investimento não aconteceu diretamente, mas por meio de arrecadação, seja do comitê do PMDB ou do candidato à Prefeitura em 2012, Edson Giroto. O partido recebeu R$ 1,5 milhão da Proteco, enquanto o peemedebista ganhou R$ 220 mil da Locapavi, duas das empresas que fazem o serviço de tapa-buracos em Campo Grande.
Não há na prestação de contas dos vereadores investimento direto das empresas, mas todos receberam dinheiro, seja do PMDB ou de Edson Giroto. O presidente da Comissão de Obras da Câmara até dias atrás, e um dos que é contra a CPI, Alceu Bueno (PSL), foi o que mais recebeu dinheiro: R$ 157,3 mil do então candidato peemedebista.
Alceu não foi o único, visto que peemedebistas também foram financiados, seja pelo partido ou por Giroto: Mario Cesar, R$ 62,3 mil; Paulo Siufi, R$ 107,3 mil; Edil Albuquerque, R$ 4,3 mil; Carla Stephanini, R$ 59,3 mil; Vanderlei Cabeludo, R$ 7,3 mil; Magali Picarelli, R$ 57,3 mil e Loester Nunes, R$ 7,3 mil.
Outros vereadores foram ajudados diretamente pelo candidato, Edson Giroto: Otávio Trad (PTdoB), R$ 25,3 mil; Eduardo Romero (PTdoB), R$ 24,3 mil; Flávio César (PTdoB), R$ 7,3 mil; Carlão (PSB), R$ 7,3 mil; Airton Saraiva (DEM), R$ 7,3 mil; Gilmar da Cruz (PRB), R$ 7,3 mil; Herculano Borges (SD), R$ 7,3 mil; Coringa (PSD), R$ 7,3 mil; Delei Pinheiro (PSD), R$ 7,3 mil e Edson Shimabukuro (PTB), R$ 17,3 mil. O vereador Chiquinho Telles (PSD) é o único que recebeu ajuda de Giroto, R$ 7,3 mil, mas assinou o requerimento.
O tapa-buraco em Campo Grande é feito pelas seguintes empresas: Selco Engenharia, Diferencial Engenharia (antiga JW Construções), LD Construções, Gradual Engenharia e Consultoria, Locapavi Construções e Serviços, Proteco Construções, DMP, Provia, Alvorada e Asfaltec.
Os vereadores decidiram apresentar o requerimento para CPI depois que um morador denunciou, por meio de vídeo, suposto tapa-buraco fantasma em Campo Grande. Além disso, querem saber se realmente há um monopólio de um empresário, que controlaria boa parte do serviço há anos em Campo Grande.
Até o momento, assinaram o requerimento para CPI os vereadores Paulo Pedra (PDT), Luiza Ribeiro (PPS), Cazuza (PP), Thais Helena (PT), Alex do PT, Ayrton Araújo (PT), José Chadid (sem partido) e Chiquinho Telles (PSD). Os parlamentares que ainda não assinaram justificam que esperam laudo da Prefeitura e empreiteira sobre o suposto buraco fantasma e as soluções do secretário para evitar as irregularidades.
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