Eleição de Mochi na Assembleia será primeira derrota da gestão tucana

Força do governo não está sendo suficiente para fazer Azambuja eleger presidente

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Força do governo não está sendo suficiente para fazer Azambuja eleger presidente

O governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), insiste em dizer que busca um consenso na escolha do novo presidente da Assembleia Legislativa. Este acordo envolve os nomes de Zé Teixeira (DEM), eleito na chapa tucano, e de Junior Mochi (PMDB), eleito pelo grupo de André Puccinelli (PMDB).

O consenso é para que um fique com a presidência e o outro com a secretaria. Mas, ao que tudo indica, Mochi deve ser o presidente escolhido, porque tem a maioria dos 24 deputados da Assembleia, mesmo Azambuja tendo o governo nas mãos.

O grupo de Zé Teixeira e até de Junior Mochi (com menos intensidade) prefere falar em consenso para evitar uma disputa, que há 20 anos não acontece na Casa. Mas, há quem diga que esta busca por acordo esconde na verdade o medo de uma vergonhosa derrota.

Azambuja tem o governo nas mãos, mas não tem, tal como Puccinelli, o controle sobre os deputados, principalmente pela linha adotada até o momento. Foram poucos os partidos que receberam grandes cargos do governador, que está fazendo escolhas pessoais para as chefias, o que pode resultar em uma base com pouco compromisso de dizer amém a tudo que o governo envia para Assembleia.

A força de Azambuja também fica reduzida por conta da restrição do PT. O partido tem quatro deputados e rejeita aliança com os tucanos. Isso garante vantagem a Mochi, que já teria, somado a outros deputados que sempre acompanhou o grupo de Puccinelli, votos suficientes para fazer o presidente. Esta fidelidade e aliança inusitada com PT garante ao PMDB e grupo de Puccinelli uma força extra, após frequentes derrotas.

Azambuja também esbarra na falta de força política dos deputados eleitos por ele na Assembleia. Onevan de Matos (PSDB) é um dos mais antigos, mas desde que lançou candidatura não teve nenhum deputado que oficializasse voto nele. Rinaldo (PSDB) também é experiente, mas ficou como suplente na legislatura passada e nem chegou a cogitar candidatura.

O deputado Flávio Kayatt (PSDB) já foi deputado, mas está vindo de oito anos como prefeito. Ele chegou a cogitar candidatura, mas também acabou desistindo, alegando problemas de saúde. O deputado Ângelo Guerreiro (PSDB) também nem chegou a lançar o nome, visto que é deputado de primeiro mandato.

Sem a força dos tucanos, Azambuja contou apenas com a vontade de Zé Teixeira, que também foi eleito no grupo dele. Porém, até o momento, o deputado só tem os votos dos quatro tucanos. Ele precisaria de mais oito para chegar à presidência.

O grupo de Mochi conta com cinco votos do PMDB, quatro do PT e de Márcio Fernandes (PTdoB), o que chega a 10 votos. Nesta conta, com cinco de Zé Teixeira e 10 de Mochi, nove deputados são dúvida entre os aptos a votar: Marquinhos Trad (PMDB), Mara Caseiro (PTdoB), Paulo Corrêa (PR), Grazielle Machado (PR), Barbosinha (PSB), Lídio Lopes (PEN), Felipe Orro (PDT), Beto Pereira (PDT) e George Takimoto (PDT). A eleição acontece no dia 1º de fevereiro, mas os deputados pretendem fechar consenso até a próxima segunda-feira. 

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