Cempe custa quase R$ 2 milhões aos cofres da prefeitura

O secretário municipal de saúde, Dr. Jamal (PR), afirmou durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que o Cempe (Centro Municipal Pediátrico) já tem prometido R$ 2 milhões de recursos da União para abertura da enfermaria para internação clínica e cirúrgica.

“A segunda etapa do Cempe (que custa ao município algo entre R$ 1,8 milhão a R$ 2 milhões por mês) está condicionada à aprovação do Conselho Municipal de Saúde. O recurso federal já está prometido”, garantiu o republicano.

Além da abertura da enfermaria, Jamal aguarda também aprovação para abertura de 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Segundo o secretário, município e Conselho já estão em tratativas sobre o assunto há mais de três meses.

“A crise estabelecida impede essa decisão”, revelou ao Jornal Midiamax o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Sebastião Junior. Ele afirma que para aprovação da 2ª etapa do Cempe o município precisa apresentar condições financeiras de arcar com todos os custos decorrentes do processo.

Júnior afirma que apenas para um novo leito de UTI a Sesau terá que desembolsar ao menos R$ 5 mil, o que inclui a manutenção de uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde. “(Será aprovado) só se a gestão apresentar dinheiro novo”, pontuou.

Durante o depoimento, Jamal revelou que a própria inauguração do Centro Médico aconteceu sem aprovação do Conselho. Para o secretário, a burocracia que envolveria este processo significaria atraso no atendimento pediátrico da Capital, uma demanda crescente em Campo Grande.

Aos vereadores o depoente citou que o simples fechamento do Cempe não resultaria, por exemplo, na abertura de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já que a unidade existente no Bairro Universitário custa em média R$ 3,5 milhões mensais, para atender entre 600 a 700 pacientes/dia, número pouco superior às quase 500 crianças atendidas pelo Centro Municipal Pediátrico.