Nova administração ainda faz levantamento sobre custo da obra

A comissão que fez auditoria nas obras do , presidida pelo secretário de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, concluiu que o governo precisará de mais R$ 3,8 milhões, que ainda não tem em caixa, para concluir a obra do Aquário do Pantanal.

O secretário explica que este valor será somado aos R$ 26 milhões de saldo dos R$ 34 milhões carimbados do Fundo de Compensação Ambiental pela Assembleia, a pedido de André Puccinelli (PMDB), para garantir a conclusão da obra.

Miglioli, que presidiu a comissão, explica que ainda está fazendo um levantamento do tempo necessário para terminar a obra, para evitar problemas. Assim, para não errar, prefere dizer que entregará ainda em 2015. A comissão que acompanha a obra também tem representantes do MPE (Ministério Público Estadual), MPF (Ministério Público federal), CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul) e TCE (Tribunal de Contas do Estado).

O secretário ainda não tem o valor total da obra porque está fechando este levantamento. Ele explica que é preciso somar contratos e verificar até os que já foram reservados. Previsto para custar R$ 84.749.754,23, o aquário contabiliza inúmeras suplementações que já fazem o preço passar da casa dos R$ 200 milhões, embora Puccinelli tenha sustentando que não passa de R$ 155 milhões.

Em outubro do ano passado ele disse ao Midiamax que os R$ 14,9 milhões que a Petrobras está gastando no Aquário do Pantanal, em Campo Grande, não entravam na soma de R$ 154 milhões em verbas públicas já consumidas pelo projeto.  Com isso, a obra já chegaria a R$ 169 milhões, que somados aos R$ 34 milhões carimbados pela Assembleia, já chega a R$ 203 milhões. Com os 3,8 milhões necessários agora, é possível dizer que já passa dos R$ 206 milhões.

Desperdício

O Midiamax conversou com o representante de uma das empreiteiras subcontratadas que está há meses trabalhando no aquário. Em pouco tempo ele detalhou vários casos de desperdício por conta de erros no projeto. A lista inclui até um aquário inteiro escondido no meio da obra por conta de um erro no projeto.

“Teve um tanque que perderam, isolaram. Fizeram ele e concretaram tudo, mas saiu do projeto. Fizeram errado e ele já estava pronto. Foram oito caminhões ou mais de concreto só com este tanque. Gastou muito concreto com fundação, laje e paredes”, contou.

O funcionário conta que a Egelt, que tomava conta do projeto, cometeu vários erros, a começar pela estrutura do aquário. Segundo denúncia, a empresa fez a estrutura com pilar e arco de concreto, mas teve que derrubar tudo e refazer porque estava errado.

 

“Estava na metade e mandaram derrubar. Tiveram que fazer tudo de estrutura metálica. Foram várias coisas erradas. Jogavam dois caminhões de massa fora todos os dias. Faziam dois caminhões de massa e não usavam nem a metade de um. Ai jogava tudo fora”, detalhou.

O funcionário relatou erros até no plantio de gramas, que acabou gerando mais despesa desnecessária. “A grama, já estavam plantando tudo até lá embaixo. Mas, não fizeram a drenagem e tiveram de arrancar tudo. É um ganhando dinheiro do outro. Como a máquina arrancou tudo, perdeu a grama e ganharam dinheiro para fazer tudo de novo. Agora arrumou mais R$ 34 milhões”, criticou.

O aquário é alvo de inquérito do Ministério Público Estadual, por denúncia de superfaturamento e críticas sobre a real necessidade da obra, quando o Estado carece de serviços básicos, como saúde e segurança. Recentemente, uma das empresas contratadas relatou outros problemas na obra, anunciando calote e até sumiço de material.