Após nova derrota, Bernal fala em recurso e aponta Mário Cesar na Prefeitura

Ex-prefeito qualifica Olarte como criminoso e ‘faz de conta’; segundo radialista decisão da Justiça foi demorada

Para Alcides Bernal (PP), pior que a decisão contrária ao seu retorno como prefeito de Campo Grande, dada pela primeira sessão da Câmara Civil do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), foi a demora no julgamento do recurso impetrado por ele. O progressista falou ao Midiamax no início da noite, horas depois de ter o seu pedido indeferido de forma unânime pelos desembargadores. Inconformado, fez questão de qualificar o seu sucessor como um prefeito “faz de conta” e um criminoso que seria manipulado pela Câmara Municipal.

“Nós vamos recorrer dessa decisão, que é injusta não só porque demorou muito para ir a julgamento, mas também porque no seu mérito ela ofende a vontade popular. Todo mundo sabe que os vereadores que me cassaram posteriormente ocuparam a Prefeitura, sendo que eles foram eleitos para legislar e não para assumir a Prefeitura. O Gilmar Olarte por sua vez está sendo processado pelo Gaeco pela prática de formação de quadrilha, uma quadrilha que foi criada justamente para ele virar prefeito”, dispara Bernal. 

“Na minha época tínhamos dificuldades políticas com a Câmara Municipal, mas a Administração fluía naturalmente e não havia atraso no pagamento de fornecedores e cumpríamos com os servidores no primeiro dia útil de cada mês. Nós tínhamos R$ 655 milhões na conta da Prefeitura, dinheiro esse que desapareceu. Hoje porém é visto que a Lei de Responsabilidade Fiscal está flagrantemente desrespeitada. E a Câmara não faz absolutamente nada, porque ela é conivente. O Gilmar Olarte é um criminoso que está lá sendo manipulado por alguns”, acusou Bernal. 

Na entrevista, o ex-prefeito fez questão ainda de culpar o presidente da Câmara Municipal, Mário César (PMDB), pela crise financeira na Prefeitura administrada por Olarte. Segundo Bernal, meia hora depois da sua cassação de mandato, o peemedebista indicou os secretários de Finanças, de Receita e de Administração, cargos vicerais na gestão do Poder Público Municipal.

“Um comanda o que se arrecada, outro comanda o que se paga e o terceiro o que se administra e são justamente eles são os responsáveis pela crise administrativa e financeira do município. Hoje o gasto com a folha está acima de 53% da receita corrente líquida da Prefeitura. Um crime, que cabe afastamento imediato do gestor, e quem é que assume no lugar dele? O seu sucessor direto, neste momento o Mário César”, diz Bernal que define a situação da Administração Municipal como estarrecedora.