Afastado da Prefeitura, Olarte pode sofrer segundo processo por corrupção
Gaeco diz ter provas ‘bem interessantes’ sobre compra de vereadores
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Gaeco diz ter provas ‘bem interessantes’ sobre compra de vereadores
As investigações da Operação Coffee Break devem resultar em nova denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) contra Gilmar Olarte (PP). Ele foi afastado do cargo de prefeito na manhã desta terça-feira (25) e já é réu no TJ (Tribunal de Justiça), desde meados deste mês, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo o promotor Marcos Alex Vera, coordenador do Gaeco, as diligências feitas nesta terça já trazem “conteúdos probatórios bem interessantes” sobre a possível compra de vereadores com objetivo de cassar Alcides Bernal (PP). Em março de 2014, o pepista foi tirado do cargo de prefeito com voto de 23 dos 29 vereadores de Campo Grande.
O promotor diz que, no momento, não é possível dizer que os 23 receberam algum tipo de vantagem, inclusive propina, para votarem contra Bernal. Mas, já há indícios, dados e conteúdos de que “houve oferecimento de vantagem econômica”.
Entre os procedimentos desta terça do Gaeco está a apreensão de celulares de vereadores e empresários, além de 13 conduções coercitivas, sendo nove vereadores, um ex-vereador e três empresários. Antes, diz Marcos Alex, as informações sobre a possível corrupção envolvendo a cassação de Bernal “eram muito vagos”, mas agora há depoimentos até citando valores e outros suspeitos de envolvimento.
Por conta disso, as investigações prosseguem, mais gente deve ser ouvida, provas ainda serão coletadas e outras, já em mãos do Gaeco, serão analisadas. Qualquer um que tentar interferir contra o trabalho dos investigadores também está sujeito a sanções como as sofridas por Olarte e o presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar (PMDB).
Marcos Alex detalha ainda que a primeira denúncia contra Olarte, já em fase processual no TJ, refere-se a corrupção passiva. No curso da Operação Adna, em 2014, o Gaeco apontou que ele teria participado de esquema de captação de recursos via torça de cheques para pagar resíduos de campanha com promessa de benefício na administração municipal.
Agora, o que a Operação Coffee Break investiga é a entrega de vantagem para vereadores poderem cassar Bernal. “São duas situações diferentes em que os personagens podem se intercalar”, detalha o promotor, ressaltando que o segundo caso ainda está em fase de investigação, ou seja, não há acusação até o momento.
A atuação do Gaeco rendeu elogios por parte do chefe do MPE (Ministério Público Estadual), o procurador-geral de Justiça, Humberto Brittes, que participou de entrevista coletiva sobre a Coffee Break nesta tarde. “São promotores jovens, que estão modificando o panorama econômico e político do Estado”.
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