Desembargador diz que pode dar mais detalhes sobre investigação de vereador pelo Gaeco

“Como não posso quebrar o sigilo se eu sou o juiz? Se eu quiser quebrar, eu quebro”, disse na tarde desta terça-feira (29) o desembargador Ruy Celso Florence, sobre declarações contrárias às revelações feitas por ele em relação à investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de suborno de vereador […]

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“Como não posso quebrar o sigilo se eu sou o juiz? Se eu quiser quebrar, eu quebro”, disse na tarde desta terça-feira (29) o desembargador Ruy Celso Florence, sobre declarações contrárias às revelações feitas por ele em relação à investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de suborno de vereador de Campo Grande. O magistrado indica que pode revelar ainda mais, tão logo tenha informações para tanto.

Segundo Florence, “a partir do momento que a investigação atrapalhar a calma da população, interferir na vida política da cidade”, é possível haver novas revelações, por parte dele, sobre a investigação. Sua decisão em falar do caso, complementa o magistrado, foi motivada pela instabilidade gerada.

Florence diz também que não quebrou o sigilo do caso. Até porque, completa, não havia pedido neste sentido por parte dos investigadores.

O magistrado não gostou da forma como o Gaeco atribuiu, em nota oficial, ao Judiciário a responsabilidade sobre mandados de busca e apreensão e de prisão do caso. A forma como foi divulgada a ação pelo Gaeco, avalia Florence, gerou uma tensão não declarada entre o grupo e o Tribunal de Justiça, já que o Judiciário “não comanda investigação, não age de maneira autônoma, mas mediante solicitação”.

“O vereador ou vereadores investigados já sabem ou em pouco tempo saberão, porque ninguém é investigado pelo Ministério Público sem que tenha conhecimento disso”, explica o desembargador. Ele diz ter recebido, de domingo (27) para cá, uma série de telefonemas questionando se o prefeito da Capital seria preso e, por conta disso, decidiu, em conjunto com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, convocar a imprensa e falar sobre o caso.

“Eu vi que a cidade estava convulsionada e, em função disso, eu, enquanto Judiciário, escolhi manter a paz social, esclarecer os fatos”, explica Florence. Ele diz, por exemplo, que tão logo tenha o resultado da análise de documentos, pen-drives e CDs apreendidos no dia 11 de abril na casa de Olarte, vai divulgá-lo.

A investigação do Gaeco estaria ocorrendo desde o fim do ano passado. Em 11 de abril, equipe do grupo foi até a residência do prefeito, onde cumpriu mandado de busca e apreensão, além de ter prendido no mesmo dia, em São Paulo, um ex-assessor dele. Depois, no dia 22 de abril, o Gaeco foi à Câmara Municipal, prefeitura e Assembleia Legislativa notificar vereadores, assessores e ex-assessores a depor no caso.

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