Barrado no TCE, Arroyo fala em ‘jogada’ para deixar indicação ao substituto de Puccinelli
Arroyo levanta suspeita sobre motivações do TCE para impedir sua nomeação como conselheiro
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Arroyo levanta suspeita sobre motivações do TCE para impedir sua nomeação como conselheiro
No centro da impasse envolvendo TCE (Tribunal de Contas do Estado), Assembleia Legislativa e o próprio governador André Puccinelli (PMDB), o deputado Antônio Carlos Arroyo (PR), que viu o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) suspender sua indicação à Corte Fiscal, falou hoje ao Jornal Midiamax que acredita numa movimentação para deixar a indicação para o próximo governador.
Questionado sobre a decisão, o republicano levantou suspeita sobre a intenção do TCE. “Estou analisando. Estou vendo o que cabe e o que não cabe. Para mim foi surpresa. A impressão que me dá é que tem uma grande jogada para tentar jogar para ano que vem, para outro ser indicado”, disparou.
O TCE alega que o despacho feito pelo conselheiro José Ricardo Pereira Cabral, até então presidente em exercício do órgão, encaminhando seu pedido de aposentadoria ao governador Puccinelli não teve validade, motivo pelo qual entraram na justiça contra a indicação de Arroyo para o Tribunal.
“Eu conversei com o Jerson (Jerson Domingos, PMDB, presidente da Assembleia). O que acho estranho que eles alegam que parece que estamos armando. Eles que seguraram aposentadoria mais de 30 dias. Até porque o Zé Ricardo tem abono de permanência há um ano e meio. Esta documentado. Tudo ok”, ponderou Arroyo.
Arroyo nega que, junto com André e Jerson, tenha pressionado o pedido de aposentadoria de Cabral. “O Zé Ricardo não despachou aposentadoria, ele não interferiu em nada. Ele simplesmente encaminhou o que estava pronto pelos técnicos do Tribunal. Frisam que ele atuou na própria aposentadoria. Isso não é verdade. Alem do mais, ele tem abono de permanência desde junho de 2013”, diz.
Segundo o republicano, o abono de permanência assinado no meio do ano passado pelo então presidente do TCE, Cícero de Souza, cuja aposentadoria permitiu a indicação de Jerson Domingos para a Corte, dava a José Ricardo a possibilidade de se aposentar quando bem entendesse, uma vez que a documentação referente a isto já estaria encaminhada.
Arroyo questionou ainda a demora no envio ao governador do pedido da aposentadoria. “O que estranhou é que dos outros conselheiros a aposentadoria saiu em dois ou três dias”, disse, citando os processos de José Ancelmo e Cícero de Souza, que deixaram o TCE este ano. “Primeiro fugiram com o processo, depois tiveram que trocar o diretor de recursos humanos, depois um conselheiro viaja e fica 20 dias fora, isso até acho que é abandono de emprego. Mas, eu não tenho nada com isso. Só quero dizer que o ritual meu que foi feito está tudo ok”, emendou.
O deputado também ponderou sobre a sessão do pleno do TCE realizada no último dia 18 de dezembro, na qual declaram a nulidade da aposentadoria de Cabral, da qual ele próprio não participou, apesar de ainda ser o presidente em exercício. “Não foi dado a ele o direito de defesa”, diz.
Por fim, o republicano, que aguardava há anos sua indicação ao TCE, negou que ele, Jerson e Andre tenham feito “mutreta”, e afirmou confiar na Justiça sobre o desfecho do caso.
O próximo presidente do TCE será o conselheiro Waldir Neves, ex-deputado federal pelo PSDB, partido do governador eleito Reinaldo Azambuja, mesma sigla da qual fez parte a conselheira Marisa Serrano, ex-senadora, que relatou o processo que culminou com liminar da suspensão da indicação de Arroyo.
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