Vereadores se enrolam e evidenciam pressão de Nelsinho para manter oposição a Bernal

Os vereadores Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB) e Alceu Bueno (PSL) anunciaram nesta terça-feira (14) que estão deixando o chamado “G6”, criado por eles, Paulo Siufi (PMDB), Paulo Pedra (PDT) e Dr. Jamal (PR) para acabarem com a oposição ferrenha ao prefeito Alcides Bernal (PP) na Câmara.
O primeiro a anunciar a saída foi o vereador Carlão, que justificou a retirada dizendo que prefere ficar independente por conta de interesses partidários. A justificativa de Carlão provocou discussão e Siufi chegou a dizer que “forças ocultas” trabalharam para a saída dos parlamentares.
Os vereadores negaram a pressão, mas justificativas desconexas e, por vezes, sem sentido, evidenciaram a movimentação para que o grupo se desfizesse. O vereador Alceu Bueno (PSL) foi um que apresentou justificativa pouco convincente. Ele disse que se enganou com o grupo, pensando que ele teria força maior na Câmara, o que não era possível regimentalmente.
A desculpa não convenceu, já que todos os vereadores sabiam que o grupo não tinha força regimental. Porém, o vereador preferiu manter a versão, sem entrar em detalhes. Já o vereador Edson Shimabukuro (PTB) disse que a saída ocorreu por insatisfação e chegou a falar de outros interesses.
“Queríamos a participação do grupo todo e não que dentro desse grupo tivesse um subgrupo com interesses mais individuais do que coletivo. Não sei se é fofoca, mas tirou a unidade do grupo”, analisou.
Shimabukuro ainda justificou que o grupo não conseguiu o objetivo avaliado por ele como principal, que seria uma conversa com Alcides Bernal. “A intenção era falar com o prefeito, mas não houve resposta positiva e interrompeu o objetivo”, concluiu.
O vereador Paulo Pedra negou a existência de um subgrupo e informou que ainda está refletindo o destino do trio. Porém, avaliou que realmente houve pressão. Indagado pela reportagem se seria pressão de Nelsinho e André Puccinelli (PMDB), o vereador preferiu dizer que a reportagem era bem informada.
O G6 foi criado para minimizar a força oposicionista criada na Câmara e que estava prejudicando Campo Grande. A época os vereadores justificaram que trabalhariam de maneira independente, para garantir que os projetos fossem votados na Casa pensando no bem da população em não nos interesses de lideranças partidárias.