Vereador que teve esposa exonerada após votar contra Bernal diz que não se arrepende

A mulher de Chocolate ganhou cargos de Bernal quando o vereador estava próximo do prefeito, e foi demitida sem explicações um dias após voto do parlamentar ajudar na criação de Comissão Processante.

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A mulher de Chocolate ganhou cargos de Bernal quando o vereador estava próximo do prefeito, e foi demitida sem explicações um dias após voto do parlamentar ajudar na criação de Comissão Processante.

O vereador Waldecy Chocolate (PP) votou a favor da abertura de uma Comissão Processante na Câmara Municipal para apurar supostas irregularidades na gestão de Alcides Bernal (PP). O parlamentar explicou que é uma forma de dar ao prefeito a chance de se explicar, já que, ‘quem não deve, não teme’.

Mas, aparentemente, não é o que pensa Bernal. Na edição desta quarta-feira (16) do Diário Oficial de Campo Grande, o prefeito, do mesmo partido que o vereador, publicou sem explicações a exoneração da servidora Cláudia Núbia Ferreira Duarte, esposa de Chocolate.

“De forma nenhuma foi outra coisa, foi retaliação. A publicação é clara. Ela foi exonerada ontem mesmo, após meu voto”, disse o vereador, referindo-se a ter votado a favor da abertura da Comissão que pode levar à cassação de Bernal, caso as irregularidades se confirmem.

Segundo o correligionário, que durante a campanha acompanhava Bernal nos bairros de Campo Grande, o ato de “vingança” do prefeito de Campo Grande seria mais uma demonstração de desprezo. “O ato é claro, ele mais uma vez demonstrou que não quer ninguém perto dele”, analisa Chocolate

O vereador conta que, desde o início da ruptura da amizade entre Bernal e ele, a esposa passou a sofrer perseguição no trabalho. “Ela chegou e me perguntou o que fazer. Falei sempre para que ela se mantivesse forte e continuasse trabalhando, que um dia tudo isso ia passar”.

Para Waldecy, muitas coisas aconteceram até o momento da exoneração. “Ela sofreu muita perseguição, foi muito forte e eu a acompanhei de perto. Quem coloca Deus na frente não tem o que temer”, opinou.

Vaguinha

Chocolate conta que Cláudia era “mirim”, como popularmente são conhecidas as pessoas que conquistam uma vaga no Instituto Mirim de Campo Grande, que capacita jovens para o mercado de trabalho. Após estágio no Inmetro, o vereador diz que ela teria conquistado a todos com esforço e foi efetivada.

Com a aproximação a Bernal, teria surgido a oportunidade de ‘uma vaguinha’. “Bernal então a chamou antes da campanha para trabalhar na Assembleia Legislativa e ela foi. No início do ano, após eleito, ele ofereceu uma nomeação a ela e ela aceitou”, disse.

O vereador ironizou ainda a atitude do prefeito. “Era um salário de cerca de R$ 2 mil. Se fosse como esses altos salários que ele paga, acima de R$ 5 mil, mas não é. É um salário que para a Prefeitura nem faz cócegas”.

Sobre o ato ter refletido no emprego da mulher, Chocolate não se arrepende. “As pessoas querem saber se ele deve ou não, e eu dei a chance dele se explicar. Não fiz uma escolha errada”, finalizou.

Cláudia Núbia Ferreira Duarte sequer foi informada da exoneração e a publicação também não revela qual seria o motivo do prefeito em deixá-la sem o cargo.

A esposa de Chocolate era Assessora-Técnica II, símbolo DCA-5, da Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais e trabalhava junto ao Fundo de Apoio à Comunidade – FAC. Assinaram pela exoneração Bernal e o Secretário Municipal de Administração, Ricardo Trefzger Ballock.

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