Sem o PT, Bernal só terá três dos 29 vereadores em momento decisivo na Câmara

‘Quem nomeia sou eu’, afirmou Bernal após PT cobrar conselho e reforma administrativa, agravando ainda mais o isolamento político que provocou desde que assumiu a Prefeitura. Ruptura deve ser confirmada na quinta-feira (24).

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‘Quem nomeia sou eu’, afirmou Bernal após PT cobrar conselho e reforma administrativa, agravando ainda mais o isolamento político que provocou desde que assumiu a Prefeitura. Ruptura deve ser confirmada na quinta-feira (24).

O prefeito Alcides Bernal (PP) está cada vez mais isolado em relação à Câmara de Campo Grande. Se já era difícil afastar a crise e o fantasma da cassação com oito vereadores, a situação pode se complicar ainda mais nos próximos dias, caso confirme a saída do PT da administração.

A possibilidade de um afastamento via Ministério Público Estadual (MPE) ou até de uma cassação por meio da Comissão Processante da Câmara tem feito aliados repensarem se continuam ou não com o prefeito, reduzindo cada vez mais as chances de sucesso da administração, marcada pela falta de diálogo do prefeito com os vereadores.

O vereador Edson Shimabukuro (PTB) integrava a base do prefeito até o dia da votação para abertura da comissão processante, quando mudou de lado e passou para a oposição. Hoje, ele se diz tranquilo com a opção que fez, justificando que gosta da postura independente, onde não está preso a um ou outro grupo.

O vereador Gilmar da Cruz (PRB) também era um dos fieis apoiadores de Bernal, mas já dá sinais de que pode abandonar o barco nos próximos dias. Questionado sobre a relação com a base, o vereador disse que vai ficar na situação que está, esperando a conclusão da comissão processante.

Em cima do muro, Gilmar da Cruz diz que não tem receio de nada, mas evita dizer se está na oposição ou na base. “Não tenho receio de nada. Esta palavra não existe. Eu estarei sempre do lado da verdade”, garantiu.

Nesta quinta-feira (24) o PT decide se fica ou sai da administração de Bernal. O partido alega que cansou da inércia do prefeito, que não atendeu três solicitações consideradas de extrema urgência para sair da crise: indicação de um secretário de Governo, criação de um conselho político e ampliação da base de sustentação.

Com a saída do PT e dos vereadores que estão com medo de serem respingados pelos efeitos de uma eventual cassação, o prefeito pode ficar com um número ainda mais irrisório de apoiadores: Cazuza (PP), Luiza Ribeiro (PPS) e Carlão (PSB), que ainda não disse nem que é base e nem da oposição, embora tenha votado contra a comissão processante.

O prefeito ainda pode ter a sorte de contar com o apoio do vereador João Rocha (PSDB), que tem ignorado a determinação do PSDB e votado contra o prefeito. Confirmadas as saídas dos petistas e dos dois que estão independentes, o prefeito já somará sete baixas na base de sustentação que nunca chegou a dez integrantes: Rose Modesto (PSDB), Waldecy Chocolate (PP), Edson Shimabukuro, Gilmar da Cruz, Alex do PT, Zeca do PT e Ayrton do PT.

Para evitar uma cassação via Câmara, o prefeito precisa de 10 dos 29 vereadores, mas o que parece simples para alguns, é bastante difícil para a atual administração. No dia da votação para abertura da comissão processante, Bernal conseguiu só oito dos 29 vereadores, amargando uma mudança de voto repentina, de Shimabukuro, e o voto de dois ex-aliados, Rose e Chocolate, que apostaram no “quem não deve, não teme”, solicitando investigação.

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