Secretarias estão emperradas há seis meses e podem servir de moeda de troca para Bernal

As secretarias da Juventude e de Políticas Públicas para mulheres completa neste sábado (9) seis meses no papel na administração do prefeito Alcides Bernal (PP). O projeto chegou a Câmara no dia 9 de maio, foi aprovado no dia 18 de junho, mas até agora está travado no gabinete de Bernal. Quando o projeto estava […]

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As secretarias da Juventude e de Políticas Públicas para mulheres completa neste sábado (9) seis meses no papel na administração do prefeito Alcides Bernal (PP). O projeto chegou a Câmara no dia 9 de maio, foi aprovado no dia 18 de junho, mas até agora está travado no gabinete de Bernal.

Quando o projeto estava na Câmara e não era aprovado por erros técnicos, Bernal tentava culpar os vereadores, alegando que estavam engessando a administração e prejudicando a população, que não tinha os benefícios das pastas. Porém, após quase cinco meses de aprovação, a pasta está vazia e agora pode ser muito útil para o prefeito, que precisa atrair aliados.

Bernal tem hoje sete aliados na Câmara de Campo Grande e precisa chegar a 10 para escapar da cassação. Hoje ele tem os votos de Alex do PT, Zeca do PT, Ayrton do PT, João Rocha, Cazuza (PP), Gilmar da Cruz e Luiza Ribeiro. Com as duas secretarias distribuídas para o PTB, PDT ou PSB, que já demonstraram interesse em trocar o apoio por “espaço”, Bernal chegaria a nove vereadores e precisaria apenas fazer as pazes com Waldecy Chocolate (PP) para evitar a cassação.

O vereador Paulo Siufi (PMDB) avalia que as secretarias emperradas revelam o descompasso da administração, que no entendimento dele, ainda não encontrou a forma de trabalhar em harmonia. “Ainda está com problemas em algumas secretarias, como a Saúde, de Desenvolvimento. Ele está buscando. Até entendo. Com tanta coisa errada, que não está fluindo, tanto de problema, ainda vai colocar dois secretários?”, questionou.

Siufi explica que antes existia coordenadoria, o prefeito deu aspecto mais imponente, alegando que buscaria recursos em Brasília, mas, diante dos fatos, chega a conclusão que aquela urgência dele não era necessária, porque até hoje nada saiu do papel.

“Acredito que vá querer fazer oferecimento destas secretarias para algum partido que possa ser aliado. Nós queremos é o funcionamento de Campo Grande, construção de casa, melhoria de asfalto, segurança. Mas, ainda não encontrou o compasso certo desta administração e não é culpa dos vereadores. Aprovamos todos os projetos dele, mesmo vindo de forma errônea. Podia simplesmente não ter aprovado. É um conjunto de trapalhadas que a Câmara está sistematicamente ajudando porque tem esta função. Quem é vereador tem que querer o bem de Campo Grande”, concluiu.

O Caso

Ao justificar a criação das novas secretarias o prefeito disse que seriam necessárias para conseguir recursos do Governo Federal. Ele chegou a dizer que os vereadores seriam responsáveis pelas eventuais perdas decorrentes da demora para aprovação. Porém, segundo os vereadores, no orçamento enviado a Câmara não há nenhuma verba destinada as duas pastas.

Quando o projeto estava na Câmara Bernal prometeu que se aprovado, em 10 dias indicaria os responsáveis e organizaria as secretarias, mas não cumpriu o que foi dito. No dia 2 de setembro, após 85 dias com as pastas emperradas, Bernal voltou a fazer promessa, garantindo que indicaria os responsáveis em 15 dias, mas após 23 dias da segunda promessa, ninguém comanda a secretaria que segue como fantasma na administração.

O projeto chegou na Câmara no dia 9 de maio, mas só foi aprovado no dia 18 de junho, segundo os vereadores, por erros de grafia e no remanejamento das verbas. Bernal achava que não deveria dizer de onde seria retirada a verba para criar as secretarias, já que poderia fazer isso por decreto. Os vereadores discordaram e exigiram a informação. Perto do projeto caducar, faltando quatro dias para vencer, o prefeito acatou o pedido dos vereadores e informou que a verba de R$ 1,8 milhão para as novas pastas seria remanejada da SAS (Secretaria de Assistência Social).

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