O governador André Puccinelloi (PMDB) pretende tirar verba dos deputados estaduais para viabilizar a construção do Hospital da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande. O plano dele é inaugurar a obra no fim do seu mandato para “poder virar placa”.

“Se perceber que dá para inaugurar em novembro de 2014 pode ser que eu ajude um pouco mais”, disse Puccinelli, ainda de olho no seu nome na placa de inauguração da obra.

Segundo cálculos do presidente da Cassems, Ricardo Ayache, serão necessários R$ 39 milhões para construir o hospital. Inicialmente, o governo pretende ajudar com R$ 5 milhões.

“Vou pedir R$ 100 mil de cada deputado para em dois anos chegar R$ 4,8 milhões”, acrescentou Puccinelli. A ideia seria descontar a verba dos R$ 800 mil que cada parlamentar tem direito por ano em emendas. Há pelo menos dois anos, a Assembleia tenta aumentar o repasse para R$ 1 milhão por considerar o montante pequeno para atender as bases eleitorais.

Para convencer os parlamentares a “dar uma torcida no pescoço”, Puccinelli disse contar com o apoio do deputado Lauro Davi (PSB), ex-presidente da Cassems.

O governador também intimou o deputado federal Antônio Carlos Biffi (PT) a mobilizar a bancada em Brasília para conseguir recursos para a construção do hospital. Segundo Ayache, o plano é iniciar a obra ainda no primeiro semestre deste ano.

Por meio da assessoria de imprensa, ele disse que o recurso que o governador pretende repassar à entidade é para pagar dívida feita em gestão anterior. O hospital seria construído com recurso da Cassems.

Importância do voto

Nesta sexta-feira (15), a Cassems promoveu evento para incentivar a participação dos servidores na eleição da nova direção da entidade. “Esse momento é importantíssimo para os servidores e para a cidade”, disse Ayache.

Ele destacou que o trabalho da Cassems é “feito pelos servidores para os servidores”, daí a importância da inclusão. De acordo com o presidente, que concorre a reeleição, na última eleição apenas 8% dos associados votaram.

Ainda no evento, Ayache criticou a Agência Nacional de Saúde por “massacrar os planos de saúde”. “Hoje a Cassems tem fundo de reserva de R$ 30 milhões, mas R$ 11 milhões ficam retidos na agência”, informou. “Eles criam dificuldade para vender facilidades para outras empresas”, concluiu.

(Matéria editada às 14h45 para acréscimo de informações)