Puccinelli mantém Nelsinho em secretaria apesar de denúncias

Ele, porém, voltou a jogar nas costas da prefeitura a responsabilidade por decisões que resultaram na privatização do setor de radioterapia e repetiu que cabe a administração municipal fiscalizar os hospitais da cidade

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Ele, porém, voltou a jogar nas costas da prefeitura a responsabilidade por decisões que resultaram na privatização do setor de radioterapia e repetiu que cabe a administração municipal fiscalizar os hospitais da cidade

Apesar de reafirmar que é de responsabilidade do município o atendimento na saúde, o governador André Puccinelli (PMDB) ignorou, nesta quinta-feira (9), suspeitas de irregularidades na gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e informou mantê-lo no comando de secretaria estadual até o final das investigações de desvio de verba pública em hospitais de Campo Grande e de superfaturamento de medicamentos.

“Não se deve culpar ninguém sem ter o direito de resposta, o direito de defender-se e comprovar que é inocente. Acredito piamente que o Nelsinho não tenha mácula nenhuma, se for comprovado para frente, o que não se comprovou absolutamente nada até o momento, aí sim, mas não se pode culpar ninguém antecipadamente”, justificou Puccinelli.

Ele, porém, voltou a jogar nas costas da prefeitura a responsabilidade por decisões que resultaram na privatização do setor de radioterapia e repetiu que cabe a administração municipal fiscalizar os hospitais da cidade. “A obrigação legal de fiscalizar é do município, do Bernal hoje, do Nélson Trad Filho, ontem, do André Puccinelli, anteontem e, portanto, a fiscalização e a obrigação de fiscalizando o que for errado ser penalizado e o que for correto ser realçado cabe a municipalidade, como o ministro da Saúde disse também”, frisou.

Questionado, então, se Nelsinho não deu conta de fiscalizar as ações em saúde, o governador não se pronunciou. “Se houve (má fiscalização), não cabe a mim dizer”, escapou. Mesmo assim, ele voltou a defender seu secretário. “O Nelsinho foi um bom gestor e não cometeu irregularidade nenhuma, agora, se provar lá na frente, aí tomarei providências e providências rígidas”, prometeu.

Em nota, Nelsinho alega que todas as definições tomadas em sua gestão foram compartilhadas com o Governo do Estado, inclusive, a decisão de tirar de hospitais públicos e transferir ao Hospital do Câncer equipamentos de radioterapia doados pelo Governo Federal. “Algumas (decisões) são compartilhadas”, admitiu Puccinelli sem dar mais detalhes.

Em março deste ano, a Polícia Federal trouxe à tona a Operação Sangue Frio que apontou formação de quadrilha para desviar verba pública dos Hospitais do Câncer e Universitário. A investigação também revelou o superfaturamento de 70% dos serviços em comparação à tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) no hospital por meio da Neorad, de propriedade de Adalberto Siufi, que terceirizada tratamentos de oncologia do Hospital do Câncer.

A Neorad passou a monopolizar o atendimento graças à decisão de 2008 da CIB (Comissão Intergestora Bipartite), comandada pela secretária estadual, secretário municipal e representantes de hospitais, de transferir equipamentos públicos à rede privada. Além disso, documentos provam o superfaturamento de até 1.625% de medicamentos adquiridos pela Secretaria de Saúde na gestão de Nelsinho.

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