Prefeito pode perder dois secretários, líder na câmara e ainda ‘cair no colo’ de Puccinelli

Bernal tem até a próxima terça para dizer se aceita a proposta política de apoio do PT. Essa será a última chance antes de ter de se render ao time de Puccinelli ou assistir seu mandato ser cassado.

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), está vendo a cada dia que passa sua base de apoio encolher mais. Com a administração engessada pela falta de apoio político, após abandonar os aliados que o conduziram ao Paço Municipal no 2º turno, Bernal tem até a próxima terça-feira (29) para dizer se aceita a proposta política de apoio do PT. Essa será a última chance do progressista antes de ter de se render ao time do governador André Puccinelli (PMDB) ou assistir seu mandato ser cassado.

“Dessa vez é decisivo. Se ele não acatar não interessa para nós continuar e vamos nos colocar independentes. Ele tem que querer mudar. Se não nos atender, nós vamos parar de chover no molhado”, declarou Gildo.

O presidente municipal disse ainda que o partido é unificado e em caso de rompimento os secretários vão entregar os cargos. Além disso, o prefeito vai perder ainda seu líder na câmara, o vereador Alex do PT. Isso porque com saída de Thaís Helena da secretária de Assistência Social, ela volta a ser vereadora.

“Se ele mostrar que não interessa dialogar conosco, os secretários Thaís Helena e Semmy Ferraz já sinalizaram que vão entregar os cargos. O Alex também é um grande companheiro e sabe a responsabilidade do partido, então para ele vai ser tranquilo. Somos parceiros em um projeto político e está todo mundo unificado”, afirmou.

A reportagem entrou em contato com o secretário Semmy Ferraz, que se restringiu a informar que a decisão é partidária. Já a secretária Thaís Helena não foi encontrada. Procurado pela reportagem, o vereador Alex do PT disse apenas que ‘entrega na mão de Deus’.

O PT é o último partido que ainda tenta auxiliar Bernal na condução da administração municipal, após o isolamento que o prefeito criou em relação aos aliados com a vitória nas urnas em 2012. O presidente estadual do PSDB, Márcio Monteiro, emitiu nota recente dizendo que nunca fez e não fará parte da base de Bernal. Com isso, o prefeito terá que se render ao time do governador André Puccinelli (PMDB) e aliados que são PMDB, PTdoB, PR, PSL, SDD, e outros, já que não terá vereadores suficientes para votar a favor de permanência no Paço.

Bernal enfrenta a comissão processante em andamento na câmara e pode perder seu mandato. Também o MPE (Ministério Público Estadual) entrou na Justiça com uma ação contra ele no último dia 18 de outubro, por improbidade administrativa – dano aos cofres públicos, com pedido liminar de afastamento. A Justiça deu um prazo de 15 dias, antes de decidir sobre a medida, a contar do dia 21 de outubro, para o prefeito se justificar.