Mesmo milionário, Bernal e advogada pedem justiça gratuita e juiz nega

O juiz negou que o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), e sua advogada obtivessem o benefício da justiça gratuita, pelos cargos que ocupam

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O juiz negou que o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), e sua advogada obtivessem o benefício da justiça gratuita, pelos cargos que ocupam

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) e sua advogada Jaqueline Hildebrand Romero pediram que a Justiça concedesse o benefício da gratuidade processual no caso contra a catadora Dilá Dirce, em que Bernal é acusado de não pagar à sua ex-cliente o valor R$ 150 mil.

Porém o juiz Marcelo Andrade Campos Silva negou o pedido ao prefeito, que é milionário, conforme declarou nas últimas eleições ter um montante de R$ 1,3 milhão.

Conforme a argumentação, o juiz indeferiu o pedido pela “própria qualificação dos requerentes, um como prefeito municipal e outra como advogada militante na comarca, demonstra que, até prova em contrário, possuem condições de arcar com as custas processuais, retirando assim a possibilidade de se ter como verídica a declaração de hipossuficiência”.

Caso o benefício fosse concedido, o juiz afirma que iria ocorrer uma irresponsabilidade perante a parte adversa e àqueles que realmente necessitam da assistência jurídica gratuita. O juiz ainda determinou que os autores depositem as custas iniciais devidas, no prazo de 10 dias, sob pena de cancelamento da distribuição.

O caso

Em 1999, Dona Dilá foi atropelada por um caminhão de lixo da Vega Ambiental no lixão de Campo Grande, fato que deixou sequelas graves na ex-catadora, que já se submeteu a duas cirurgias.

Por meio do advogado contratado por ela na ocasião, Alcides Bernal, agora prefeito da capital, Dona Dilá obteve sentenças favoráveis para a realização de uma cirurgia de colocação de prótese na cabeça do fêmur, que chegou a necrosar por causa da longa espera das decisões judiciais, em função dos recursos da Vega.

Bernal deixou o caso em 2007, e desde então a aposentada não recebia notícias do andamento de duas ações, uma para custear o tratamento médico, e outra por danos morais. Essa segunda ação com os R$ 150 mil depositados na conta só foi descoberta em abril deste ano, quando a ex-catadora contratou o outro advogado, Rubens Pereira.

Conteúdos relacionados

prefeito urt eleições