Demitido da prefeitura ainda atua como coordenador de sindicato apoiado por Bernal

O candidato a vereador apoiado por Bernal nas eleições, mas derrotado, estaria atuando sob o comando do prefeito para obtenção de apoio popular.

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O candidato a vereador apoiado por Bernal nas eleições, mas derrotado, estaria atuando sob o comando do prefeito para obtenção de apoio popular.

Amado Cheikh, que se identifica como um dos coordenadores do Sintesp (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública) atua mesmo após ser demitido da Prefeitura de Campo Grande, o que contraria o Decreto-lei 1.402/39, que regula a associação em sindicato e a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

A denúncia é do presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande), Marcos Tabosa. Ele garante que o candidato a vereador, Amado Cheikh, apoiado por Bernal nas eleições, mas derrotado, atua hoje sob o comando do prefeito para obtenção de apoio popular.

“Ele não pode nem fazer parte da coordenação do sindicato porque é demitido. Isso contraria a lei, mas o Bernal pode tudo, ele é o homem dos 270 mil votos que não gosta de ser contrariado”, disparou Tabosa.

De acordo com o artigo 19 do Decreto, não podem ser eleitos para cargos administrativos ou de representação profissional “os que não estiverem, desde dois anos antes, pelo menos, no exercício efetivo da profissão dentro da base territorial do sindicato, ou em representação profissional”.

A demissão de Amado Cheikh foi publicada no dia 14 de outubro de 2011 no Diário Oficial de Campo Grande através do Decreto “PE” n° 1.661, de autoria do ex-prefeito Nelson Trad Filho.

O agente de saúde foi demitido como penalidade por irregularidades funcionais previstas no art. 184, inciso V, combinado com o art. 189, incisos V e VI, por infração ao art. 171, incisos I, II, III e IX, combinado com o art. 172, incisos I, V e VI, todos da Lei Complementar n. 7, de 30 de janeiro de 1996, por meio do processo n. 2667/2011-82.

Os artigos dizem que a justificativa para demissão de Cheikh são de que o servidor não desempenhou com zelo, dedicação, assiduidade, pontualidade, urbanidade e discrição as atribuições de seu cargo ou função; Não observou as normas legais e regulamentares, a lealdade às instituições públicas, em especial às do município e não manteve conduta compatível com a moralidade administrativa.

Segundo os outros artigos, o servidor também se ausentou do serviço durante o expediente, sem prévia autorização; referiu-se de modo depreciativo ou desrespeitoso às autoridades e aos atos da administração, em informe, parecer ou despacho; procedeu de forma desidiosa ou cometeu a pessoa estranha à repartição ou a outro servidor, o desempenho de atribuições que sejam de sua responsabilidade ou de subordinado.

“Como pode um servidor, que nem servidor é mais, atuar em um sindicato após ser demitido?”, questionou Tabosa.

No blog do Sintesp, num texto do dia 7 de setembro de 2012, consta o sindicato teria apoio do então candidato a prefeito Alcides Bernal. Em publicação recente, há um texto de Amado Cheikh assinando como Conselheiro Sindical do Sintesp.

A assessoria de comunicação da prefeitura de Campo Grande não respondeu até o momento ao e-mail enviado pela redação na sexta-feira (8) questionando se Amado Cheikh teria sido readmitido pela administração municipal.

Amado Cheikh foi procurado pela reportagem, mas somente o assessor jurídico do sindicato marcou uma entrevista para explicar a condição do servidor demitido que é mantido no quadro sindical.

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