Corrupção na gestão de Bernal é menor do que na administração de Nelsinho, dizem eleitores

Uma pesquisa encomendada pelo Midiamax ao Ibrape revela que um terço da população acredita que existe corrupção na administração do prefeito Alcides Bernal (PP). O número ainda é mais assustador quando a pergunta refere-se à gestão de Nelsinho Trad (PMDB), onde 71% dos entrevistados acreditam que houve corrupção.

Os entrevistados fizeram a avaliação baseados no seguinte questionamento: “Pelo que se sabe, mesmo de ouvir falar, acha que existe corrupção na administração do prefeito Bernal ou não existe?” Entre os entrevistados, 33% disseram que sim, 32% respoderam que não existe e 35% preferiu declarar que não sabe.

Investigação

Entre os escândalos da administração de Nelsinho, que ainda estão sendo investigados, destaca-se o contrato milionário para criação do sistema Gisa, que seria utilizado para agendamento de consultas em postos de saúde. O programa, que segundo a atual administração teve investimentos de R$ 9,9 milhões, não saiu do papel.

Também pesa contra a administração do prefeito Nelsinho Trad as diversas investigações sobre licitações milionárias feitas, principalmente, no último ano da administração. Entre os contratos sob suspeita estão as licitações para coleta de lixo, transporte coletivo e o contrato com a recuperadora de crédito “RDM”.

O prefeito Alcides Bernal tem apenas 10 meses à frente da Prefeitura de Campo Grande, mas também acumula escândalos. As denúncias, inclusive, fizeram a Câmara abrir uma Comissão Processante para investigar se ele cometeu ou não improbidade administrativa, o que pode levá-lo ao fim do mandato antes de completar um ano.

Na CPI do Calote, os vereadores denunciaram um possível favorecimento no pagamento de fornecedores, contratação irregular, sem licitação, de empresas para fornecimento de gás, de limpeza e de alimentação para crianças nas escolas. Entre as contratações consideradas irregulares pela CPI destaca-se a feita com a Salute, empresa recém-criada e que bateu grandes atacadistas, ganhando contrato milionário mesmo sem funcionários e condições de fornecer, por conta própria, os alimentos.

O Ibrape realizou 442 entrevistas entre os dias 21 e 24 de outubro em cinco regiões demográficas de Campo Grande: Centro, Norte, Sul, Leste e Oeste. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa levou em consideração cotas amostrais por sexo, faixa etária, formação escolar, rendimento mensal, localização geográfica, religião e atividade principal do entrevistado.