Cientista político diz que situação de Bernal se complicou por deixar Campo Grande parada

O cientista político Eron Brum declarou ao Midiamax que a instauração da comissão processante é bastante oportuna. Na avaliação do estudioso o que a população viu até agora foram notícias sobre um lado e outro, que culminou com o embate político. Eron acredita que o erro inicial de Bernal foi paralisar obras e serviços sob […]

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O cientista político Eron Brum declarou ao Midiamax que a instauração da comissão processante é bastante oportuna. Na avaliação do estudioso o que a população viu até agora foram notícias sobre um lado e outro, que culminou com o embate político.

Eron acredita que o erro inicial de Bernal foi paralisar obras e serviços sob alegação de irregularidades e que a comissão veio de maneira oportuna dar ao prefeito a chance de mostrar se realmente havia superfaturamento e irregularidades na administração do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB).

“A comissão é bastante oportuna. Há um grupo que deixou o poder e outro que entrou. Além disso, o prefeito tem minoria na câmara. Mas o erro inicial dele [Bernal] foi paralisar todas as obras e serviços, colocando contratos sob suspeita. Ele tem todo direito e o dever de verificar se há algo errado na administração anterior, mas não deveria ter paralisado a cidade”, declarou.

Segundo o cientista, a população está vendo Campo Grande com obras paralisadas, alunos sem merenda, comida estragada, cidade esburacada. “E agora ainda teremos período de chuva. Aqui chove muito a partir de outubro, novembro e a chuvarada vai pegar a cidade despreparada. Bernal deveria ter feito o levantamento, nomeado comissão para identificar falhas, se existiram. Mas, continuar imprimindo um ritmo à vida da cidade”, disse.

Na avaliação de Eron, é preciso mudar o sistema político eleitoral, já que a paralisação da administração pública ocorre sempre quando a oposição ganha e já se tornou um fenômeno da distorção do sistema político.

“A oposição vence e paralisa a cidade. Isso mostra que é preciso uma reforma política urgente. Acabar com as siglas de aluguel, financiamento público de campanha. Por exemplo, vimos recentemente o Chocolate, que é da base do prefeito, votar a favor da comissão e imediatamente a mulher dele ser demitida. Isso mostra tamanha aberração nessa bagunça, nessa distorção toda. É preciso profissionalizar o funcionalismo com cargos concursados em sua maioria. Ou será que ela foi contratada só porque era mulher de vereador?”, questionou.

Eron citou ainda o caso do Dnit-MS (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte de MS) onde Marcelo Miranda foi demitido após o Ministério Público identificar irregularidades, sendo conduzido outro superintendente também envolvido em investigações por improbidade.

“Agora vem esse e assume. Veja como a questão política está por trás de tudo. Ninguém viu os resultados da apuração de Pascoal. Aliás, o povo nunca fica sabendo por que grande parte dessas investigações são eternas. E é por isso que eu não me surpreendo com o que acontece com Bernal. Enquanto não mudar o sistema, o jogo segue”, afirmou.

Para Eron, a comissão processante será a chance para Bernal mostrar ao povo se tinha razão. “Ele duvidou que isso pudesse acontecer e agora vai ter uma grande oportunidade de mostrar que tinha razão. Acho que se ele conseguir provar o que disse, a população não vai ficar tão inconformada porque ele tinha razão. Vamos acompanhar, verificar, e ai sim começar a verdadeira apuração. Só com o resultado dessa comissão vamos saber se a administração anterior tem culpa no cartório”, finalizou.

Reforma

Campo Grande não foge do que acontece com o sistema político que está ultrapassado e esclerosado. A afirmação é de Eron Brum. Para ele, se a situação da capital chegou ao ponto que está é por culpa também do povo.

“Debate de reforma política sempre surge às vésperas de cada eleição. Há debate, mas a reforma não sai do lugar, com alguns adereços, maquiagem, mas continua do mesmo jeito. Nosso sistema eleitoral é um dos mais caros do mundo, nossos partidos são de eleição porque há um ano da eleição já temos candidatos. Temos 32 partidos que daqui até 2016 devem se transformar em cerca de 70. O fundo partidário se tornou um grande negócio. Precisamos de reforma política, voto distrital, financiamento eleitoral sem empresários, pecuaristas e comerciantes. No nosso segmento de representantes e representados somos maioria e por isso somos também somos culpados por Campo Grande estar com está”, encerrou.

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