Câmara dá ultimato para Bernal apresentar contratos e não abrir CPI do Calote

Vereadores vão esperar até a próxima segunda-feira (3) por relação completa dos contratos da prefeitura em troca de não investigação o suposto calote a fornecedores

A Câmara Municipal deu, nesta terça-feira (28), ultimato ao prefeito Alcides Bernal (PP) para apresentar, até segunda-feira (3), relação completa dos contratos da prefeitura em troca de não instalar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote. Os vereadores exigem dados sobre o salto em caixa, lista de empresas com pagamentos a receber, detalhes dos empenhos e dos restos a pagar.

Na tribuna da Câmara, o vereador Paulo Siufi (PMDB) deu o ultimato e ganhou o apoio da maioria dos colegas. O líder do prefeito no legislativo, vereador Alex do PT tentou convencer a Casa a convidar o secretário de Planejamento, Wanderley Ben Hur, para explicar os motivos da falta de pagamento, mas a oposição não aceitou a proposta.

Também da base aliada do prefeito, a vereadora Luiza Ribeiro (DM) reforçou não ser contra a CPI do Calote, desde que entre na mira da investigação os contratos com algumas empresas. “O que não podemos é servir apenas como escritório de cobrança de empresários poderosos”, ponderou.

Irredutível, Siufi alegou que nada justifica o não pagamento da maioria dos fornecedores da prefeitura nos cinco primeiros meses de administração. “Cadê o dinheiro do IPTU, dos outros impostos? Esse dinheiro entrou e se há dinheiro em caixa tem que pagar”, defendeu.

Em resposta há suspeita de irregularidades em alguns contratos, o vereador cobrou a suspensão dos acordos. “Se tem ilegalidade é pior ainda a situação, porque o prefeito deveria ter cancelado imediatamente os contratos”, disse Siufi.

Diante do feriado de quinta-feira (30), ele promete esperar até segunda-feira por uma resposta de Bernal. Apesar de dar o prazo, o vereador acredita que a CPI do Calote é inevitável. “Dificilmente, a prefeitura conseguirá justificar a falta de pagamento, porque, se há dinheiro em caixa, os compromissos deveriam ser cumpridos”, opinou. Siufi já tem 12 assinaturas, número suficiente para instalar a comissão na Câmara.