Bernal começa caça a aliados com ofertas ao PTB e partido que traiu ele na Câmara
O prefeito Alcides Bernal (PP) já está trabalhando para tentar cumprir a promessa de ampliar a base de sustentação dele na Câmara de Campo Grande e garantir o apoio do PT a administração. Em reunião com lideranças do Partido dos Trabalhadores na tarde de ontem (29), o prefeito prometeu conversar com lideranças para tentar conseguir […]
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O prefeito Alcides Bernal (PP) já está trabalhando para tentar cumprir a promessa de ampliar a base de sustentação dele na Câmara de Campo Grande e garantir o apoio do PT a administração. Em reunião com lideranças do Partido dos Trabalhadores na tarde de ontem (29), o prefeito prometeu conversar com lideranças para tentar conseguir aliados e já deu o primeiro passo.
O prefeito iniciou as negociações para conquistar novos aliados com uma conversa com o presidente estadual do PTB, Ivan Louzada, do mesmo partido do vereador Edson Shimabukuro (PTB), que era da base do prefeito até traí-lo na última hora e votar a favor da abertura da comissão processante na Câmara.
Louzada definiu a conversa com o prefeito como um bate-papo, que pode vir a se transformar em uma parceria. Apesar de admitir uma possibilidade grande de se aliar a Bernal, o presidente do PTB diz que vai consultar o vereador Edson Shimabukuro, que representa o partido na Câmara.
“O mandato é do partido, mas o voto é do vereador. Vamos sentar com ele e analisar, para fazer uma coisa que não dê problema para mim, para o prefeito e nem para o vereador”, justificou. Apesar de declarar que ainda não há acordo fechado, o discurso de Louzada já indica uma parceria com Bernal.
“É muito cedo ainda. Ele desmontou um esquema que estava ai há 20 anos. Sou contra o que estão fazendo com ele. Não votei nele, não trabalhei para ele e não conheço ninguém dele. Mas, do ponto de vista do Louzada, é cedo para fazer o que estão fazendo com ele. Não vai conseguir em um ano resolver os problemas de um esquema de 20 anos”, concluiu.
Louzada afirma que não chegou a entrar em detalhes sobre o espaço a ser dado ao partido, mas afirmou que pretende se reunir com Bernal no máximo até amanhã. Já o vereador Edson Shimabukuro disse à reportagem que o prefeito prometeu um espaço ao PTB e pediu para o partido dizer o espaço que precisa para poder se tornar aliado.
O vereador Carlão (PSB) também foi procurado, mas ainda não se reuniu com o prefeito para fechar uma parceria por conta da agenda dele com o PT. Carlão não descarta a possibilidade de integrar a base de sustentação, mas entende que o prefeito precisa ampliar este leque, que deve ir além do PT.
“O prefeito tem que fazer um governo de coalizão. Tem que chamar e falar o que o partido vai ter. Ele precisa de 20 vereadores para votar projeto de emergência e pelo menos 15 para ter um governo tranquilo. Se conversar só com o PT, vai ganhar três, mas perder outros três. Tem vários vereadores que querem conversar para que ele atenda as demandas da cidade. Tem que melhorar a política de saúde, que está ruim. Não tem agulha, papel higiênico. Se não começar a sentar com partidos esta semana, vai ficar difícil”, opinou.
Carlão entende que as secretarias da Juventude e de Políticas Públicas para Mulheres são muito pequenas para o PSB, mas cogita aceitar o espaço, caso o partido não ofereça algo melhor. “Se tiver autonomia para fazer o trabalho, nós queremos. Não podemos é ter uma secretaria que tudo depende dele. A Semadur, interessava, mas está com parente dele. Queremos uma melhor, mas se der uma destas ai, é aquela coisa: queríamos um carro de luxo, mas não podemos, então ficamos com um carro popular”, concluiu.
O PDT e o PSDB também se encaixam entre os partidos que já pertenceram a base de sustentação do prefeito, mas ainda não foram procurados. O presidente municipal do PSDB, Carlos Alberto de Assis, garante que o partido não foi procurado, mas ressaltou que também não está atrás. “O PSDB não está procurando. Quem está procurando o prefeito é o PT”, afirmou.
O presidente municipal do PDT, Paulo Pedra, também afirmou que o partido não teve nenhum contato com Bernal nesta terça-feira e não quis falar da possibilidade de aceitar uma das duas pastas oferecidas. “Não existe proposta. Não adianta eu dizer o que acho porque acaba fomentando uma coisa que não existe”, finalizou.
Bernal precisa de 10 vereadores para fugir da cassação na Câmara. Hoje ele tem os votos dos vereadores Zeca do PT, Alex do PT, Ayrton do PT, Gilmar da Cruz (PRB), Cazuza (PP), Luiza Ribeiro (PPS) e João Rocha (PSDB).
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