Após liminar, até vereadores do PMDB e PR já avaliam aproximação à ‘base branca’ de Bernal

Reunião durante o final de semana teria articulado grupo de ‘rebeldes’ nos moldes do ex-G6, que não vingou por falta de retorno do prefeito, segundo integrantes.

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Reunião durante o final de semana teria articulado grupo de ‘rebeldes’ nos moldes do ex-G6, que não vingou por falta de retorno do prefeito, segundo integrantes.

Com dificuldade para conquistar partidos para a base de sustentação, o prefeito Alcides Bernal (PP) pode conquistar apoio de vereadores “rebeldes”, que sinalizam agir de maneira independente na Câmara. Bastou o prefeito conseguir uma liminar na Justiça para derrubar a Comissão Processante para alguns vereadores já se articularem para, quem sabe, integrar a base.

O grupo já poderia ter feito parte da base de sustentação se Bernal tivesse dito sim há alguns meses, quando eles formaram o chamado G6. Na ocasião, Paulo Siufi (PMDB), Paulo Pedra (PDT), Edson Shimabukuro (PTB), Alceu Bueno (PSL), Dr. Jamal (PR) e Carlão (PSB) formaram o grupo para apoiar Bernal. Porém, o prefeito não deu retorno e o G6 acabou se desfazendo em seguida.

Desta vez, o grupo voltou a se encontrar para discutir a situação do prefeito e da Câmara. A reunião teve a participação de Paulo Pedra, Siufi, Shimabukuro e Jamal. Alceu Bueno também foi convidado, mas não participou porque tinha outros compromissos. Uma das possibilidades seria de que os ex-G6 integrem uma espécie de ‘base branca’, com votos de apoio sem adesão declarada.

O Midiamax apurou que a reunião dos quatro vereadores teve a participação do secretário de Governo, Pedro Chaves, e do ex-vereador Athayde Nery (PPS), que também ajuda na construção da base. Todavia, Paulo Siufi negou que os dois participaram, confirmando apenas a reunião.

“Fizemos o encontro para ver o que podemos acrescentar daqui para frente. Este grupo sempre teve este compromisso de caminhar junto. Após o encontro, definimos que vamos continuar a vida normal dentro da Câmara. O que for bom para Campo Grande, vamos votar”, explicou.

Indagado se há possibilidade de algum vereador deste grupo integrar a base de sustentação do prefeito, Siufi disse que sim, mas evitou declarar nomes. Ele lembrou apenas que na legislatura passada o vereador Paulo Pedra foi líder da oposição e depois voltou para a base de Nelsinho Trad (PMDB), o que avalia como normal.

O vereador também foi lembrado que ele e Jamal terão mais dificuldade se optarem por integrar a base, mas deixou claro que não aceitará interferências partidárias. “Eu olho por mim. Meu mandato quem responde por ele sou eu. Cada um responde pela sua atitude. Eu não vou aceitar cabresto de ninguém. Então, o partido vai lá e toma decisões por mim?”, rebateu, ressaltando que vai votar a favor do que for bom para Campo Grande.

O vereador Jamal (PR) também não escondeu o encontro e revelou que tem conversado com Pedro Chaves por conta da boa relação que tem com ele. Entretanto, afirmou que ainda está independente. “Tive uma reunião, mas sou independente. Tenho uma ligação com o Pedro Chaves de muito tempo e sempre que me chamar para tomar um café e conversar, eu vou. Quem define se vai apoiar ou não o Bernal é o partido. Ele ficou de conversar com o Paulo Corrêa e com o Arroyo (deputado Antônio Carlos Arroyo), que é presidente do partido em Campo Grande. O partido que vai definir. Eu vou caminhar junto com a Grazielle (vereadora Grazielle Machado)”, garantiu.

Os vereadores Paulo Pedra e Edson Shimabukuro também vivem situações complicadas, mas que podem ser resolvidas por Bernal. Os dois já foram considerados base, mas saíram porque os partidos não aceitaram defender a administração sem conseguir espaço em troca. Recentemente, Bernal voltou a investir no PDT e PTB, mas ainda não fechou acordo. O PTB espera resposta das condições impostas. Já o PDT alega que foi contra Bernal na eleição, o que dificulta o apoio neste momento.

A estratégia de Bernal de conversar individualmente com os partidos já não deu certo na véspera da abertura da Comissão Processante. O prefeito contava, por exemplo, com o voto do vereador Edson Shimabukuro, mas foi surpreendido na última hora, quando o vereador seguiu orientação partidária e votou a favor da comissão, mudando os rumos da votação. O prefeito intensificou a busca por alianças porque precisa de 10 votos para escapar da cassação e atualmente só tem seis.

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