Após ataque de Puccinelli ao Cimi, igreja cobra solução pacífica para conflitos indígenas
Depois do governador André Puccinelli (PMDB) atacar a igreja católica acusando o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) de ser uma entidade fascista e incitar a ocupação de terras pelos índios, o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, divulgou carta cobrando uma solução pacífica para os conflitos indígenas. A declaração do governador foi feita durante […]
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Depois do governador André Puccinelli (PMDB) atacar a igreja católica acusando o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) de ser uma entidade fascista e incitar a ocupação de terras pelos índios, o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, divulgou carta cobrando uma solução pacífica para os conflitos indígenas.
A declaração do governador foi feita durante audiência da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, na quinta-feira (21). “Não podemos aceitar ONGs nem Cimi incitando”, disse. “Não ouvi aqui ninguém falar do Cimi. Sou católico. Mas o Cimi é um braço fascista da Igreja Católica, que no meu Estado incita invasões – e já são mais de 80” afirmou na ocasião. A entidade é vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A carta aberta às autoridades “em favor de uma solução para os conflitos de terras entre comunidades indígenas e produtores rurais” foi divulgada na tarde desta segunda-feira (25), na Arquidiocese de Campo Grande. De acordo com o arcebispo, o momento é propício para negociações. “Este processo não deixa de ser doloroso, mas vislumbramos que há uma boa vontade de ambas as partes”, afirma.
Dom Dimas acredita que não existe risco de derramamento de sangue por conta dos conflitos de terra do estado e que os produtores rurais negam que estejam planejando a formação de milícias. “No nosso Estado não temos o grande oprimindo o pequeno. Temos aqui vítimas de uma situação criada pelo próprio Estado”, afirmou.
Como forma de solucionar os conflitos entre índios e produtores rurais, o arcebispo defendeu a indenização dos que possuem áreas em regiões comprovadas como terras indígenas. “Os produtores tem que ser indenizados pelo valor real da terra e pelas benfeitorias feitas no local”, afirma.
Apesar de ser aberta, a carta será enviada pessoalmente a algumas autoridades como o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, a presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Maria Augusta Assirati, e ao senador Delcídio do Amaral (PT-MS).
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