Giroto não antecipa apoio a Nelsinho ao governo e pode precipitar racha no PMDB

Apesar de o prefeito estar engajado e coordenar sua campanha, o deputado desconversou sobre apoio em 2014, alegando estar focado em 2012

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Apesar de o prefeito estar engajado e coordenar sua campanha, o deputado desconversou sobre apoio em 2014, alegando estar focado em 2012

Apesar de o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) estar engajado e coordenar sua campanha, o pré-candidato a prefeito da Capital, deputado federal Edson Giroto (PMDB), não antecipou apoio ao projeto do correligionário de se tornar o próximo governador de Mato Grosso do Sul, nas eleições de 2014.

“Eu não vou antecipar 2014, porque nós estamos discutindo 2012”, disse Giroto neste sábado (05) ao ser questionado se apoiaria a candidatura de Nelsinho ao Governo do Estado. Ele alegou estar preocupado com a sua campanha à prefeitura. “2014 está longe, vou pensar na nossa em 2012”, completou.

Giroto não é o primeiro peemedebista a desconversar quando o assunto é o projeto de Nelsinho virar governador. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos, já declarou várias vezes preferência pela pré-candidatura do senador Delcídio do Amaral (PT) e indicação do prefeito a vaga de vice. Há exatamente uma semana, o governador André Puccinelli (PMDB) também admitiu recuar do projeto de candidatura própria se o petista liderar as pesquisas.

Outra corrente do partido prefere a candidatura da vice-governadora Simone Tebet (PMDB) ao governo. É o caso do presidente regional, Esacheu Nascimento, que, em ato do PMDB Mulher, disse “oxalá que a nossa futura governadora seja Simone Tebet”. Ele ganhou aplausos dos deputados estaduais Júnior Mochi (PMDB) e Eduardo Rocha (PMDB).

Nos bastidores, inclusive, comenta-se a possibilidade de o grupo do governador prometer apoio a Nelsinho apenas para garanti-lo na campanha de Giroto a prefeito. Depois, a tendência seria deixá-lo de lado para abrir caminho a Simone.

Justamente por não confiar totalmente nos caciques do PMDB, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), ligado ao grupo de Nelsinho e atrelado ao seu projeto de o prefeito virar governador, estaria adiando o anúncio de apoio do DEM a Giroto. Mandetta, inclusive, confirma divisão entre as pré-candidaturas de Giroto e do também deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB).

Também desconfiado dos planos da cúpula do PMDB, o presidente regional do DEM, deputado estadual Zé Teixeira, vem aconselhando Nelsinho a “não jogar todos os ovos em um cesto só”. Com as palavras, ele sugere ao prefeito liberar Mandetta a apoiar Azambuja.

Sobre as dúvidas de Mandetta, Giroto desconversou. “Nós fazemos parte do mesmo grupo, do mesmo pensamento político, quem faz parte deste pensamento político, Nelsinho, Mandetta, o Fábio (Trad), o Giroto e vários outros amigos e companheiros que pensam nesse processo de administração pública”, filosofou. Em seguida, o pré-candidato garantiu compreender o posicionamento do líder do DEM. “O comportamento do Mandetta é o comportamento de um dirigente partidário e isso a gente precisa entender”, concluiu.

Crise no PMDB

O fato é que Nelsinho mais do que tudo sonha em ser governador. Neste sentido, promete ajudar Giroto a virar prefeito a fim de mostrar ter força política para eleger seu sucessor. Por isso, não é de agora que ele vem levando a tira colo o deputado federal em todas suas agendas e ressaltando ao eleitor as qualidades do pré-candidato. 

Nelsinho também indica confiar nas promessas do governador no sentido de pavimentar sua eleição ao governo, apesar de frequentemente ser alertado dos planos de André apoiar Delcídio ou optar por Simone na disputa eleitoral. Por isso, se indícios de eventual traição aumentarem, racha poderá se instalar no PMDB.

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