Candidata à vereadora distribui santinhos com número errado

A candidata a vereadora em Paraguaçu (MG), Cristiane Baliza (PTB), 35 anos, fez campanha à toa para angariar votos na cidade localizada a 330 quilômetros de Belo Horizonte. Sem saber, Cristiane distribuiu santinhos com o número de legenda 14.999, no entanto, o número da candidata registrado no Tribunal Superior Eleitoral era 14.888. Quem tentou votar […]

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A candidata a vereadora em Paraguaçu (MG), Cristiane Baliza (PTB), 35 anos, fez campanha à toa para angariar votos na cidade localizada a 330 quilômetros de Belo Horizonte. Sem saber, Cristiane distribuiu santinhos com o número de legenda 14.999, no entanto, o número da candidata registrado no Tribunal Superior Eleitoral era 14.888. Quem tentou votar nela, recebeu uma mensagem de número inexistente e, se confirmou, anulou o voto. Apenas 12 pessoas conseguiram o número certo para votar.

“Trabalhei três meses, tudo por água abaixo. Tem gente que eu nem esperava. Foram 252 votos nulos, uma boa parte desses nulos são meus. No domingo, o dia todo me ligaram, passaram aqui para falar que não estavam conseguindo votar em mim”, afirmou. O pai de Cristiane e presidente do PTB no município, Antônio Baliza, foi o primeiro a descobrir o número correto. Segundo a candidata, Baliza foi votar por volta das 9h, quando constatou que o registro de Cristiane não existia. Ele procurou um fiscal e descobriu o número correto. “Dois vizinhos já tinham falado, mas pensei que tivessem errado, quando ele me ligou, foi tudo por água abaixo”, disse.

A candidata contou que só descobriu o erro no número no dia das eleições. O material foi enviado pelo próprio partido à Cristiane. “Na primeira reunião, recebi santinhos e material, a campanha inteira foi em cima deste número”, lembrou. Segundo Cristiane, o comitê chegou a enviar 5 mil “colinhas” de voto com o número 14.888. “Pensei que eles tivessem errado e avisei. Mandaram fazer de novo com o número 14.999”, disse.

A candidata não era ligada à política e acabou “caindo” nas eleições. Ela foi convidada pelo PTB para completar o mínimo de 30% de mulheres candidatas no partido. “Eu aceitei, não entendia nada, estava desempregada, confiei em todo mundo. Assinei papeis no cartório, na coligação, não prestei atenção e não fiquei com nenhuma via”, relatou ela que costumava trabalhar como cozinheira. “Não tem o que fazer, eu assinei e não li”.

Fim de quase uma carreira política

Cristiane e seu pai caminharam pelas ruas da cidade e fizeram campanha durante três meses. Baliza é dono de imobiliária em Paraguaçu e é “muito conhecido”, segundo a candidata. “Enviamos mais de 600 cartinhas”, disse – o município tem um eleitorado de 16.369, segundo o TSE e o vereador mais votado teve 890 votos.

Entre os projetos da candidata estavam aumentar o número de creches, incentivar a prática de esportes entre as pessoas carentes e tirar as crianças das ruas. Questionada se pretende se candidatar nas próximas eleições, Cristiane descartou a possibilidade: “Estou tão decepcionada, de jeito nenhum. Não, por enquanto”.

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