Inquérito comprova que Manoel Nunes foi beneficiado com morte de vereador

Os inquéritos sobre a execução do presidente da câmara de Alcinópolis deixam claro que o principal beneficiado com a morte de Carlos Antônio Costa Carneiro (PDT) foi o então prefeito Manoel Nunes da Silva (PR). As investigações comandadas pela delegada Rôzeman Geize Rodrigues de Paula não estão mais em sigilo e qualquer cidadão pode ter […]

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Os inquéritos sobre a execução do presidente da câmara de Alcinópolis deixam claro que o principal beneficiado com a morte de Carlos Antônio Costa Carneiro (PDT) foi o então prefeito Manoel Nunes da Silva (PR). As investigações comandadas pela delegada Rôzeman Geize Rodrigues de Paula não estão mais em sigilo e qualquer cidadão pode ter acesso aos inquéritos.
O segundo inquérito, que investigou o mando do crime, possui mais de 800 páginas. Nesta investigação, ficou claro que Mané e os vereadores da sua base aliada, inclusive o suplente – Valdeci Lima de Oliveira (PSDB) – que assumiu a cadeira de Carlos, foram beneficiados com sua morte.
Com a morte de Carlos, o suplente mais conhecido por “Passarinho” assumiu a condição de vereador e Mané passou a ter maioria na câmara de Alcinópolis. Consequentemente, elegeu a atual mesa diretora, que é presidida por Valter Roniz Dias de Souza (PR), considerado mais um beneficiado com a morte de Carlos, assim como o vereador Eliênio Almeida de Queiroz (PR), que passou a ser primeiro-secretário da mesa.
Pelo menos duas pessoas ouvidas durante a investigação citaram que Mané faria a mesa diretora da câmara para o biênio 2011/2012 de qualquer jeito. Mané também foi a única pessoa citada durante o inquérito que teria feito ameaças a Carlos, direta e indiretamente.
Eliênio chegou a dizer para a vereadora Izamita Alves Leite (PMDB) que Mané faria a mesa diretora. Ao ser indagado por Izamita se Mané mataria um dos vereadores da oposição, Eliênio teria afirmado rindo: “não sei, mas ele fala que vai”.
Carlos fazia oposição ao mandato de Mané e fiscalizava rigorosamente as ações do poder executivo. Quando foi executado, em 26 e outubro de 2010 em Campo Grande, Carlos iria solicitar cópia do orçamento no TCE/MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), pois o mesmo estava sendo executado de forma diferente da que foi aprovada pelo poder legislativo.
As divergências entre o orçamento aprovado e a cópia entregue no TCE/MS ficaram comprovadas durante a investigação, de acordo com laudo do Instituto de Perícia de Mato Grosso do Sul. 
Além de Mané, os vereadores Passarinho, Valter e Eliênio também foram presos. Todos já estão soltos, os vereadores conseguiram voltar para o cargo, mas Mané ficou impedido pelo STJ (Supremo Tribunal de Justiça) de voltar para a prefeitura de Alcinópolis, que é comandada pelo vice-prefeito Alcino Carneiro (PDT), pai de Carlos.

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