Com a decisão favorável ao saque da fortuna, o comando do banco do Brasil fechou as portas da agência da Afonso Pena, nesta sexta-feira, por questão de segurança

O desembargador do TJ-MS (Tribunal de Justiça) de Mato Grosso do Sul, Oswaldo Rodrigues de Melo, suspendeu no fim da tarde desta sexta-feira a decisão judicial que mandava o banco do Brasil a pagar uma fortuna no valor de R$ 41 milhões aos herdeiros de Harry Amorim Costa, engenheiro civil que assumiu o governado de Mato Grosso do Sul, logo que o Estado foi dividido (janeiro a junho de 1979). Costa morreu num acidente de carro, em agosto de 1988. Antes ele ocupou mandato de deputado federal e secretário estadual do Meio Ambiente.

A briga judicial envolvendo a família Costa, que corre em segredo, tocada desde 2005, provocou o fechamento da agência central do Banco do Brasil, em Campo Grande, situada na avenida Afonso Pena, coração financeiro da cidade. A decisão judicial mandava o banco a pagar os R$ 41 milhões mais 10% das custas judiciais, soma de algo em torno de R$ 45 milhões. O grande volume de dinheiro em questão fez com que o comando da agência fechasse as portas do banco por “medida de segurança”, segundo informação da assessoria de imprensa da superintendência regional do BB. Os correntistas do banco tiveram de recorrer aos caixas eletrônicos da agência.

A gerência do banco não acatou a ordem na quinta-feira sustentando “inviabilidade” no cumprimento do despacho e também por ter movido uma série de recursos contra a decisão.

Já no dia 21 de julho, o banco já movido um recurso contra o pagamento e, de lá para cá, suas intenções tinham sido frustradas. Nesta sexta-feira, contudo, o desembargador Melo determinou a suspensão do pagamento e disse que a causa só terá desfecho quando o mérito da questão for decidido. Não há uma data prevista para que isso aconteça.

De acordo com a assessoria do BB, a causa disputada pelos herdeiros do ex-governador envolvia o banco Nossa Caixa, instituição comprada pelo BB. A razão da disputa e o montante da causa também não foram revelados.

Até agora, ninguém das partes envolvidas comentaram a decisão do TJ-MS.