Puccinelli mentiu na TV; não há interpelação judicial ou na Assembleia

Ao contrário do que disse ontem no debate da TV Morena, o governador André Puccinelli, do PMDB, ainda não contestou oficialmente as declarações do deputado Ari Rigo, do PSDB.

Ao contrário do que disse ontem no debate da TV Morena, o governador André Puccinelli, do PMDB, ainda não contestou oficialmente as declarações do deputado Ari Rigo, do PSDB.

A assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa informou que a Casa ainda não havia recebido tal interpelação na manhã desta quarta-feira. Nem a assessoria do parlamentar.

Já a assessoria de imprensa do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) informou que 11 dos 30 desembargadores da corte haviam interpelado o parlamentar.

O ex-chefe do MPE (Ministério Público Estadual), Miguel Vieira, interpelou o deputado. A questão é tratada em segredo de Justiça. A atual gestão do MPE, órgão citado no vídeo de Rigo, anunciou também ter interpelado o parlamentar.

A assessoria da corte não soube informar se Puccinelli tinha ou não protocolado alguma interpelação contra Ary Rigo. Isso devido à imposição do segredo judicial.

Servidores da PGE (Procuradoria Geral do Estado) também não souberam dizer se Puccinelli já havia preparado alguma ação judicial contra o deputado estadual.

À reportagem uma assessora do órgão disse que o assunto só poderia ser comentado pelo procurador-geral Rafael Coldibelli, que não estava na sede do órgão. Tentativas de diálogo com ele por telefone também foram frustrados. O aparelho tocava até cair a ligação. Recado foi deixado na secretária eletrônica, mas não houve retorno.

A declaração de Rigo, exibida desde a semana passada no youtube, maior rede de compartilhamento de vídeos, afirma que dinheiro da Assembleia Legislativa ia parar no bolso do governador André Puccinelli, do PMDB, de desembargador e de representante do MPE (Ministério Público Estadual).

O recurso, segundo a declaração do parlamentar, era doado como troca de favores.

Ary Rigo disse que a Assembleia entregava R$ 2 milhões ao governador Puccinelli, que nega a acusação.

O deputado revela na gravação que o dinheiro dado aos representantes do TJ-MS seria um meio de “aliviar” uma denúncia contra o prefeito afastado de Dourados, Ari Artuzi, preso desde o início deste mês por corrupção.

Rigo foi gravado sem que ele soubesse pelo jornalista Eleandro Passaia, que agiu como espião da PF na Uragano, operação que pôs 28 pessoas na cadeia no início deste mês por corrupção, entre elas o prefeito, o vice e nove dos 12 vereadores de Dourados.