‘Quero os trabalhos terminados no seu tempo (…) a mãe xingada é sempre a minha’, disse o prefeito que inspecionou a obra na Avenida Ricardo Brandão, palco de destruição no dia 27 de fevereiro
O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), ameaça suspender contratos e até recorrer a Justiça para recuperar possíveis prejuízos causados por empreiteiras responsáveis por cinco obras públicas na Capital. Nelsinho que dedica a manhã deste sábado a vistoriar obras pela cidade reclamou das empresas às quais acusa de morosidade no ritmo das obras.
“Algumas obras estão paralisadas. É muita morosidade. Estou cobrando o direito da cidade e da sociedade de ver estas obras terminadas no tempo”, queixou-se. “Eu tenho ética de não falar os nomes para não expor as empresas, mas elas serão cobradas”, avisou.
O prefeito determinou a secretaria de Obras que faça um estudo no contrato feito entre a prefeitura e tais empresas. “Pode haver suspensão de contratos ou até briga judicial para restabelecer os danos causados”, mencionou.
“Se não se corrigirem, eles [empresas] vão ter muita dor de cabeça. A mãe xingada pela população é sempre a minha, não é?”, completou.
O desabafo do prefeito foi feito agora há pouco enquanto ele vistoriava obras na cratera aberta pelas chuvas na Rua Ricardo Brandão. Nelsinho analisou os trabalhos no local e atestou que o ritmo está normal.
“Aqui, as duas empresas Nautilus e LS estão indo bem”, comentou, reiterando que em seis meses, se não houver interrupções por conta das chuvas, a estrutura deve ser finalizada.
Os operários ainda precisam retirar o restante dos tubos ármicos que dão vazão a água. Trabalho pesado e demorado. “Toda a estrutura será de concreto”, cita o prefeito.
Além da recuperação da área que desabou, serão construídas quatro alças auxiliares de acesso ligando a Rua Ceará à Avenida Ricardo Brandão
Há um temor de que uma nova chuva forte cause novos desmoronamentos na região. Acredita-se que o solo possa não resistir.
O prefeito disse que na semana que vem deve ir a Brasília para finalizar o projeto e tentar canalizar os recursos do governo federal. Ele pleiteia R$ 32 milhões.
Condomínio Cachoeirinha
As obras na cratera alcançam ainda o barranco ao lado do Condomínio Cachoeirinha. Os operários colocaram uma malha de aço que servirá como um esqueleto onde será aplicado o concreto projetado.
O prefeito informou que assim que toda a obra no local estiver finalizada vai marcar uma reunião com o síndico do condomínio. “As pessoas pensam que a prefeitura não se preocupa. Se preocupa, sim. Quando tudo estiver pronto eu vou lá conversar. Pelo que me disseram não haverá qualquer dano ao prédio. Risco não tem”, disse apontando para o prédio.
Com medo de novos desabamentos, várias famílias já deixaram o local. A expectativa da prefeitura é que elas voltem quando as obras estiverem finalizadas e houver sensação de segurança.
