Artigo que relata um pouco do ‘folclore político’ de Mato Grosso do Sul mostra a árdua missão de um vice-governador

O folclore político sul-mato-grossense é carregado de histórias pitorescas, umas mentirosas, outras verdadeiras. A grande maioria é inventada nos bastidores das longas esperas por um político importante nos aeroportos ou mesmo por maledicência própria de assessores desocupados. Jornalistas também inventam.

Com a saída do vice-governador Murilo Zauith (DEM) da disputa pelo Senado surge uma nova “máxima” no corolário destas maledicências: Ser vice de Puccinelli dá azar. Podia-se dizer que ser vice de André não dá sorte.

Pode ser a mesma coisa. Não é! A história recente da política Guaicuru prova por “a mais b” que quem foi vice de Puccinelli além de sofrer com o azar parece que não teve sorte em seu futuro. Sortilégio à parte, o exercício da memória é de importância capital para comprovar a assertiva de que “ser vice de André dá
azar” e refutar todas as opiniões contrárias.

Durante oito anos Puccinelli foi prefeito de Campo Grande. Quem foi seu vice? O empresário Oswaldo Possari, aquele transportador de pessoas. Que
aconteceu com ele? Ostracismo puro. Sua carreira política ficou resumida a desimportante vice-prefeitura. Não se elegeu a nada e abandonado abandonou a
política. Regressou as lides empresariais onde é rei.

Murilo, nosso Engenheiro Civil de boa estrela. Sozinho caminhou com luz própria elegendo-se duas vezes deputado estadual e uma para a Câmara Federal. Transformou-se em vice de André e sua carreira política tomou outros contornos. O candeeiro se apagou e começou a tatear pela BR 163 de norte a sul ao sabor dos ventos espargidos por André.

Em 2008 perdeu a Prefeitura de Dourados. Murilo foi praticamente abandonado por Puccinelli. Com parco apoio o vice-governador permaneceu vice. Agora vem o Senado! O Senado não veio. Como Cavalo Paraguaio, o vice de André patina e sequer conseguiu arrancar. Depois de abandonado em 2008, Murilo é preterido. O preferido mais uma vez não é o vice. Espatifa-se. Quem
é o patife? Cáspite!!!

Azar ou sorte. Quem pode dizer se é isto ou aquilo? A resposta pode estar no poema de Cecília Meireles ou na própria história.

Agora posa de vice a primeira vítima do sexo feminino. Simone, a bela. Deixa a Prefeitura de Três Lagoas e embarca numa Nau Catarineta.

É apenas folclore. É apenas lenda. Quem vai cair no mar? Possari e Murilo já sorveram do amargo das ondas. Em alto mar! E Simone? Como Bela Adormecida,
com certeza um belo príncipe num “no mais belo eqüino branco” surgirá do nada para salvá-la?