Vice-presidente nacional do partido, a senadora Marisa Serrano crê que MS e SP cheguem a denominador comum em breve
Enquanto o governador André Puccinelli (PMDB) segue ameaçando a Cesp (Companhia de Energia de São Paulo) com mais ações judiciais pelo pagamento de compensação pelos danos ambientais provocados no Estado com construção da Usina Hidrelétrica Porto Primavera na divisa com São Paulo, o PSDB de Mato Grosso do Sul acredita na possibilidade de se encontrar um “denominador comum” sem que a disputa com a estatal assuma proporções maiores.
Vice-presidente nacional do PSDB, a senadora Marisa Serrano trabalha para que haja um entendimento entre Puccinelli e o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, também do PSDB, que assume o governo no dia 1º de janeiro de 2011. “São Paulo já fez a sua proposta, Mato Grosso do Sul apresentou sua contraproposta. Creio que vá se chegar a um denominador comum sem a necessidade de radicalizar nesta causa”, torce a senadora.
Em recente evento público, Puccinelli revelou estar pressionando a Cesp a aceitar a contraproposta de MS, do contrário vai acirrar a disputa judicial com mais ações. Como parte da compensação pelos danos causados a municípios que tiveram áreas alagadas com a construção da hidrelétrica, Puccinelli está exigindo a execução de obras de pavimentação na MS-040.
A compensação aos municípios já é objeto de ações judiciais, mas Puccinelli ameaça acirrar o imbróglio com novas ações. Governo estadual e os municípios atingidos querem R$ 700 milhões a título de compensação.
Detalhando, o que se quer é R$ 150 milhões em obras mitigatórias (que minimizam os efeitos nocivos causados pela obra) nos municípios atingidos, R$ 150 milhões para obras compensatórias (a serem definidas pelas prefeituras) e R$ 300 milhões que seriam destinados para a construção da MS-040. Conforme Puccinelli, Estado, municípios atingidos e MPE (Ministério Público Estadual) estão trabalhando em conjunto na questão.
A inclusão da MS-040 no pacote da compensação se justificaria, segundo Puccinelli, porque a rodovia auxiliaria os municípios impactados pela construção da usina. “Ela sai das Três Barras passa Ribas do Rio Pardo, Agua Clara, Santa Rita do Pardo, vai a Brasilândia e desemboca na ponte de Paulicéia [SP]”, explicou.
Conforme Puccinelli, ao menos R$ 150 milhões já teriam sido bloqueados na Justiça graças ações judiciais movidas por municípios como Anaurilândia e Bataguassu. Puccinelli argumentou junto à Cesp que se todos os municípios impactados acionarem a Justiça, a companhia terá que desembolsar muito mais do que está sendo proposto no acordo.
Puccinelli relatou ter feito vários contatos com o governo paulista em busca de uma solução que evite a briga judicial.