Familiares e amigos do vereador de Alcinópolis, Carlos Antônio Costa Carneiro, assassinado em Campo Grande no dia 26 de outubro, publicaram um outdoor na avenida Afonso Pena pedindo justiça no caso.

“O maior estímulo para cometer faltas é a esperança de impunidade”, informa o painel instalado em frente ao Parque das Nações Indígenas. “Acreditamos na justiça na certeza de que essa dor é compartilhada por todos que militam na luta por direito e justiça”.

Há indícios de que a morte do vereador teria sido encomendada, mas a polícia ainda não apontou o nome do possível suspeito de ser o mandante. De acordo com a delegada da 1ª DP de Campo Grande, Rozeman Geise Rodrigues de Paula, isso se deve ao fato de o inquérito correr em sigilo.

De acordo com o pai da vítima e fundador do município, Alcino Carneiro, no dia do crime o filho foi convidado por celular a um almoço no restaurante do hotel Vale Verde, que fica na esquina da Afonso Pena com a rua Guia Lopes, no centro de Campo Grande.

Ao chegar ao local, Carlos Antônio foi informado que ninguém o esperava e que o estabelecimento sequer serve almoço. Ele recebeu uma ligação, saiu das dependências do prédio e foi baleado. Ireneu Maciel, de 37 anos, e Valdemir Valsan, 43, identificados como autores do crime, foram presos pela polícia.

Alcino relatou ainda que Carlos Antônio estava em uma queda-de-braço política com o prefeito Manoel Nunes (PR), por conta de repasses de dinheiro da Câmara para a Prefeitura. O filho, que era presidente do Legislativo, iniciou uma obra para construir a sede própria da Câmara, mas Manoel teria exigido que o valor fosse devolvido à prefeitura como sobra de caixa. O pedido foi negado e a obra tocada em frente.

O caso foi parar no Ministério Público Estadual e a Câmara foi obrigada a devolver o valor. Em Campo Grande, o vereador assassinado estaria na cidade para denunciar o prefeito, conforme o deputado federal e presidente do partido da vítima, Dagoberto Nogueira (PDT). Em depoimento, o prefeito Manoel Nunes negou envolvimento no caso.

Na justiça

O processo contra os dois homens presos em flagrante e Aparecido de Souza Fernandes não correrá em segredo, no entendimento do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Campo Grande. Uma audiência foi designada para 14 de dezembro.