Paulo Duarte questionou fato de o governo aplicar R$ 1,3 bilhão no mercado financeiro e deixar de consertar ponte, por exemplo

O balanço anual do governo do Estado provocou acusações contra o governador André Puccinelli (PMDB) na sessão de hoje na Assembléia Legislativa. O levantamento indica que o governo fechou 2009 com R$ 1,3 bilhão aplicado no mercado financeiro e, ainda assim, recorreu a um empréstimo de R$ 600 milhões, operação que terá de quitar com juros.

A sobra em caixa e a maneira como o dinheiro tem sido aplicado foi duramente criticado pelo deputado Paulo Duarte, do PT.

De acordo com o parlamentar, ele solicita desde o início do ano informações sobre a saúde financeira do Estado, mas, segundo ele, o governo tem se esquivado.

“O que me deram [governo] foram cópias do Diário Oficial, um calhamaço de papéis, e a informação que pedi encheria apenas meia página de uma folha. Quero saber quanto o governo arrecadou quanto sobrou no caixa, o que tem sido feito, apenas isso”, cobrou ele.

O deputado levou hoje para a tribuna o balanço anual produzido pelo governo, estudo que ainda deve ser apreciado pelos deputados.

Duarte disse que quer saber a razão de o governo ter R$ 1,3 bilhão em caixa e deixar de reformar uma ponte, por exemplo. “Como pode um governo com dinheiro em caixa não atender as demandas? Fui à Secretaria de Fazenda outro dia e lá não havia nem caneta, como pode isso?” questionou o parlamentar.

De acordo com o balanço do Estado, lido pelo parlamentar na sessão de hoje, o R$ 1,3 bilhão, dinheiro sobrado no caixa do governo no ano passado, teria rendido até agora R$ 82 milhões por meio de aplicações financeiras.

Já pelos cálculos do parlamentar, a fortuna poupada renderia “se bem aplicado”, segundo ele, algo em torno de R$ 132 milhões ao Estado.

“Notem [deputados] que a aplicação do governo deixou de captar R$ 50 milhões do mercado financeiro. É isso que o meu requerimento pede, o que o governo arrecada, onde aplica como aplica…”, que questionou ainda: “cá para nós, uma família, um investidor emprestaria R$ 600 milhões sabendo que teria de pagar juros depois se tivessem R$ 1,3 bilhão em caixa?”

O discurso de Paulo Duarte foi interrompido por dois parlamentares ligados ao governo, Junior Mocchi, e Carlos Marum, ambos peemedebistas. A justificativa dos dois parlamentares: que Puccinelli administra os recursos com seriedade e só toca as obras quando tem certeza que o dinheiro está em caixa.

Paulo Duarte concluiu seu discurso dizendo que vai formular requerimento pedindo de novo as informações sobre a saúde do Estado.