Os protestos realizados hoje na Assembleia Legislativa contra a exclusividade do Banco do Brasil em realizar empréstimo consignado em folha a servidores públicos culminaram em determinação da Mesa Diretora para a criação de um grupo para discutir o assunto com o governador André Puccinelli (PMDB) e com representantes do Banco do Brasil.

A comissão deverá ser composta por 10 pessoas, entre representantes do setor e deputados. Donos de financeiras e trabalhadores do setor pedem que o governador revogue o decreto que garantiu exclusividade ao banco estatal. Ao menos 300 pessoas, estiveram na Casa de Leis.

Conforme os manifestantes, tal medida pode provocar a demissão de três mil trabalhadores do setor de crédito. Outro problema é que os servidores públicos também ficam no prejuízo já que não podem escolher onde querem fazer a operação de crédito consignado.

Além do mais, o Banco do Brasil não faz a operação com servidores que tenham restrições de créditos. Ocorre que 59% dos servidores públicos, segundo donos de financeiras, têm algum tipo de restrição. Assim, não podem fazer empréstimo no BB e ficam excluídos de buscar outras fontes em razão da exclusividade.

O líder do governo na Assembleia Youssif Domingos se comprometeu a marcar a audiência com o governador ainda na próxima semana. Já o deptuado Paulo Duarte (PT) que há meses tem protestado contra o decreto do governador disse que pretende procurar a superintendência do Banco do Brasil no Estado para explicar o problema e pedir que a entidade também desista do monopólio.

O decreto do governo garantindo exclusividade ao Banco do Brasil no crédito consignado aos servidores públicos estaduais foi publicado em fevereiro deste ano, mais exatamento em um sábado de Carnaval. O TJMS (Tribunal de Justiça) de Mato Grosso do Sul havia derrubado a validade do decreto concedendo uma liminar, mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) cassou a medida.