Na Assembleia Legislativa, a base aliada ao governador André Puccinelli (PMDB) não está unificada em torno da candidatura de José Serra (PSDB) à presidência da República, candidato escolhido pelo governador. Dos 20 parlamentares que dão sustentação política a Puccinelli no Legislativo, 15 farão campanha para José Serra, quatro para Dilma Rousseff (PT) e um para Marina Silva.

Entre os declarados ‘serristas’ estão toda a bancada do PSDB, Reinaldo Azambuja, Rinaldo Modesto, Dione Hashioka, Ary Rigo e Onevan de Matos. No PMDB, a maioria trabalhará pelo tucano, como Jerson Domingos, Youssif Domingos, Celina Jallad, Júnior Mochi, Marquinhos Trad, Carlos Marun e Akira Otusubo. Apenas Mauricio Picarelli tem voto diferente: Marina Silva (PV).

Também é defensor da candidatura de Serra, o deputado Zé Teixeira do DEM partido que compõe o grupo principal de sustentação da campanha de Serra, o chamado BDR (Bloco Democrático Reformista) junto com PSDB e PPS.

Outro ‘serrista’ é Márcio Fernandes, do PTdoB. A legenda tinha como opção lançar o aquidauanense Mário de Oliveira à presidência, mas no domingo, decidiu-se em convenção pelo apoio a José Serra abandonando a possibilidade de candidatura própria. O deputado Antônio Braga, do PDT, destoa da decisão de seu partido local e nacional. Ao invés de pedir votos para Dilma, apoiará José Serra. Braga que não concorrerá mais a eleições revelou hoje que escolheu José Serra por considerar que seu perfil é mais adequado para a função.

‘Andrezista’ convicto, ele assegura que tal decisão não tem relação com a escolha de Puccinelli. “Foi uma escolha pessoal”, disse aos repórteres nesta manhã.

Os ‘andrezistas dilmistas’ são: Londres Machado, Paulo Corrêa e Antônio Carlos Arroyo, todos da bancada do PR e Ivan de Almeida (PRTB).

Dilma terá ainda o apoio da bancada do PT, que faz oposição a André Puccinelli, composta por quatro deputados estaduais: Pedro Teruel, Pedro Kemp, Amarildo Cruz e Paulo Duarte.

Dissidentes

Maurício Picarelli surpreendeu ao declarar voto em Marina Silva. A escolha não tem qualquer relação política. “Voto nela porque é evangélica. É uma pessoa que eu gostaria de ver na presidência. A postura dela é correta”, afirma.

Picarelli diz que não vê problemas em fugir à orientação do partido porque considera que a escolha do candidato a presidente é uma questão de “foro íntimo”, comentou.

Os deputados da base aliada não acreditam que a falta de unidade dos andrezistas nas eleições presidenciais prejudique a reeleição de Puccinelli. “Não tem nada a ver, o eleitor sabe diferenciar bem. Tem muita gente que votará na Dilma é no André”, avalia o deputado Ivan de Almeida que apoiará Dilma.

“Quem é Dilma pode ser André”, concorda o deputado Paulo Corrêa, também dilmista.

O serrista Marquinhos Trad também não acredita em perdas para a reeleição do governador. “Acho que as pessoas votam nas pessoas. Tanto que tem deputados estaduais que farão dobradinha com candidatos a deputado federal de outros partidos”, argumenta o parlamentar.