Em comício na Capital, em 24 de agosto, presidente se disse decepcionado e reclamou de atitude injusta e eticamente inaceitável do governador

O presidente regional do PMDB, Esacheu Nascimento, postou mensagem em seu blog pessoal na internet na qual reclama da atitude da presidenciável Dilma Rousseff (PT) e do presidente Lula que aportaram “em Campo Grande com um discurso virulento contra o PMDB local e seu governador”. Um “equívoco irreparável”, segundo ele.

O dirigente não especifica, mas a citação é uma referência às críticas feitas por Lula ao governador André Puccinelli (PMDB) em comício realizado em 24 de agosto no centro de Campo Grande ao lado de Dilma e de Zeca do PT que concorria ao governo.

Nesta semana, o PMDB de Mato Grosso do Sul por 35 votos a 4 decidiu apoiar a candidatura de José Serra para Presidente da República, mantendo o caminho que já tinha tomado no primeiro turno. Conforme Esacheu, após o discurso “a situação ficou irrecuperável”. “Aqui Serra ganhou já no primeiro turno”, observa.

“Não é justo, não é correto”

Na presença de cerca de 25 mil pessoas, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, o presidente sugeriu ter ficado decepcionado com Puccinelli. Ele lembrou que o governador o chamou de “pai” e Dilma de “fada madrinha”, mas uma semana depois mudou de opinião.

“No dia que eu estou no Estado o governador chama minha ministra de fada madrinha e eu de pai Lula. E uma semana depois está dizendo que o pai não é o Lula, que o pai é o adversário dela e que ela não é mais fada madrinha, que a fada madrinha talvez seja outra pessoa”, reclamou.

“Eu fiquei chateado. Aos 64 anos de idade, eu não tinha o direito de me decepcionar. Não é justo, não é honesto, uma semana depois [ele, Puccinelli] dizer outra coisa, não é justo, não é correto, não é eticamente aceitável”, disparou Lula.

PMDB dividido

Apesar de ter decidido por maioria apoiar Serra, o PMDB local não estará totalmente unido em torno de Serra, isso porque há lideranças expressivas que continuarão fazendo campanha para Dilma.

O prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad, e o presidente da Câmara de Campo Grande, vereador Paulo Siufi, o vice-prefeito da Capital, Edil Albuquerque e o deputado federal Geraldo Resende farão campanha para Dilma. Eles obtiveram o consentimento do partido para atuar na campanha da petista, mesmo porque já estavam inseridos nela no primeiro turno.

“As demais lideranças do partido, incluindo todo o Diretório Estadual e o governador do Estado André Puccinelli optaram por participarem da conquista de votos no intuito de aumentar a margem percentual em favor de José Serra”, reitera Esacheu. Saiba mais sobre a decisão do PMDB estadual e sobre as críticas de Lula a Puccinelli nas notícias relacionadas.