Apelos para que a população fique em casa para evitar contaminação pelo novo () não ajudaram somente a evitar, até o momento, a explosão no volume de casos em –onde, até sexta-feira (1º), 134 pessoas tinham contraído a doença e 2 mortes foram registradas. Com menos gente na rua, o volume de acidentes de trânsito também caiu no primeiro trimestre: foram 34% de ocorrências a menos, ajudando ainda a abrir espaço nos hospitais para os pacientes de .

De acordo com informações do GGIT (Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito), no primeiro trimestre do ano, foram 2.163 ocorrências, ante 3.294 no mesmo período de 2019 –1.131 a menos, fato que Rudel Trindade, diretor-presidente do -MS (Departamento Estadual de Trânsito de ), vincula, diretamente, à reclusão das pessoas diante da pandemia.

“Claro que é um número bastante representativo para nós, embora seja reflexo de um momento delicado com a propagação desse , que vem assombrando o mundo inteiro. No entanto, creio que seja também um momento de muita reflexão para todos nós, principalmente enquanto condutores”, defendeu Rudel, via assessoria.

Seguindo esta tese, a queda no volume de acidentes se deveu, principalmente, ao mês de março, quando tiveram início as medidas de distanciamento e isolamento social em diferentes locais do Brasil. As ações começaram na segunda quinzena de março em Campo Grande, mês em que houve redução de 80% no número de mortos no trânsito (de 8 para 2) e o de vítimas caiu 25,8%, de 1.222 em 2019 para 906 em março deste ano.

Impacto indireto

Rudel ainda lembrou que, com menos acidentes de trânsito e, principalmente, menos vítimas, o número de pessoas que dependeu de atendimento hospitalar também caiu. Por consequência, são menos leitos ocupados durante a pandemia.

“Talvez seja esse o momento de pensarmos em quantos leitos de hospital ficaram vagos, prontos até para receber pacientes do Covid-19, por conta na queda do número de feridos no trânsito, que também é considerado um tipo de pandemia”, afirmou.

A preocupação quanto ao volume de leitos em instituições hospitalares aumenta à medida que cidades brasileiras vêm relatando ter seus sistemas de saúde superlotados por conta do coronavírus. Manaus (AM), Fortaleza (CE), Recife (PE), Belém (PA) e Rio de Janeiro (RJ) relatam há semanas falta de vagas para a população –na capital amazonense, a situação é considerada caótica.

Mato Grosso do Sul, por sua vez, vem registrando baixa evolução no total de casos de Covid-19, tendo preparado uma estrutura que conta com mais de mil leitos (entre adultos, pediátricos e de UTI) para receber os possíveis pacientes. A intenção é se aproximar de 1,5 mil leitos, mesmo com o volume de pacientes chegando a 263, com 15 deles internados.