Família questiona perícia de acidente que matou autônomo na BR-163

Familiares do autônomo Márcio Alessandro Gomes Machado, 37, que morreu em um acidente na BR-163 entre Campo Grande e Bandeirantes, no último dia 7 de fevereiro, acusam o Instituto de Criminalística “Hercílio Macellaro”, que realiza perícias para a Secretária de Estado de Justiça e Segurança Publica (Sejusp), de emitir dois laudos técnicos que se contradizem. […]

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Familiares do autônomo Márcio Alessandro Gomes Machado, 37, que morreu em um acidente na BR-163 entre Campo Grande e Bandeirantes, no último dia 7 de fevereiro, acusam o Instituto de Criminalística “Hercílio Macellaro”, que realiza perícias para a Secretária de Estado de Justiça e Segurança Publica (Sejusp), de emitir dois laudos técnicos que se contradizem.

Segundo informações dos familiares, os dois laudos são completamente diferentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) feita momentos depois do acidente, antes de um dos veículos ser retirado do local. Márcio estava em um carro Mazda [BTQ-9690 de São Pedro da Cipa-MT] com a irmã e uma sobrinha de 6 anos, que não sofreram ferimentos graves.

O outro veículo envolvido é uma carreta bi-trem da empresa Rebook [AUX-0085, Ponta Grossa-PR], carregada de fertilizantes, dirigido por Adalberto Lemos. No laudo da Polícia Rodoviária Federal, segundo a família, feito antes da remoção da carreta, aponta que a carreta invadiu o sentido contrário da pista causando a colisão. Chovia no dia do acidente.

Já a perícia do Instituto, que teria sido feito após a remoção do caminhão, emitido no final de março, apontou que o Mazda foi quem invadiu a pista contrária a 111Km/h, colidindo com o veículo de carga que estava a 45Km/h. O laudo toma como ponto de colisão as marcas de atritamento (pedaços dos veículos que ficam no asfalto).

Porém, o segundo laudo, requisitado pela família, que ficou pronto no início deste mês antecipou o ponto de colisão em 26 metros, além de ter mudado a velocidade do carro para 95km/h e do bi-trem para 50 Km/h. Essa decisão chamou de “irrisório” as marcas de atritamento do primeiro laudo além de reafirmar que aos arredores não existe outro local com vestígio de colisão.

“Ele mesmo [perito relator] desclassificou os elementos contidos no primeiro laudo. Outra coisa é que a frenagem do caminhão que aponta para a pista contrária não foi levada em conta”, disse o cunhado da vítima.

Atrás do carro tinha outro veículo de familiares da vítima, que contam que na frente do caminhão havia um veículo Uno. Por causa desse carro e da chuva, o motorista do caminhão teria freado para não bater no carro da frente e com isso invadiu a pista oposta, colidindo com o Mazda.

A família admite que o resultado do laudo dificilmente será mudado, porém eles ainda lutam para que possam entrar contra danos morais e materiais contra a empresa transportadora. Márcio deixou esposa e três filhos, de três, cinco e oito anos.

A reportagem entrou em contato com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e, até a publicação desse material aguardava retorno.

 

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