Com cartazes, vítimas de construtora investigada por calotes promovem manifestação em Bonito
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As vítimas da construtora que prometia “kit-casas de madeira”, com sede em Campo Grande e Bonito, promoveram uma manifestação nesta quarta-feira (19) em frente à casa dos suspeitos, em Bonito, cidade a 300 quilômetros de Campo Grande.
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A casa e o galpão alugado pelos investigados em Bonito foram alvos, no último dia 11, da Operação “Fake House”, deflagrada pela Polícia Civil. A construtora, formada por um casal, é investigada por aplicar golpes em inúmeras vítimas, tanto em Mato Grosso do Sul, quanto em São Paulo e Goiás.
Desde a manhã desta quarta-feira (19), parte das vítimas que foram lesadas pela construtora estão em frente à residência dos suspeitos, a qual foi alvo da operação. Por lá, as vítimas colocaram cartazes como ‘Queremos Justiça’, ‘Golpistas Mentirosos’, ‘Destruidores de Sonhos’ e ‘Justiça Já’ no portão da residência.
“Estamos aqui desde as 7h da manhã. A gente quer justiça, queremos que eles sejam presos, porque o nosso dinheiro eles já roubaram”, disse uma das vítimas que participou do ato.
Pela manhã, a PM (Polícia Militar) esteve no local. À tarde, o casal foi escoltado pela GMB (Guarda Municipal de Bonito) enquanto deixavam a residência.
O Midiamax, conversou com a advogada do casal, Gabriela Moral, que esclareceu que os investigados ainda não foram intimados, mas estão à disposição da justiça e são considerados apenas supostas vítimas neste momento.
Operação ‘Fake House’
De acordo com a Polícia Civil, o casal não tem registro formal para exercer a atividade. Os investigados realizavam contratos com as vítimas em que só havia benefícios para eles. Aos contratantes, restavam obrigações de pagamentos em curtos prazos, enquanto os ‘empresários’ usavam diversas desculpas para descumprir suas obrigações.
A Polícia Civil descobriu ainda que, quando o casal começava a descumprir os contratos, registravam boletins de ocorrências contra as vítimas. O intuito era fazer com que tivessem a oportunidade de tentar esclarecer a parcela de culpa do casal.
“As informações obtidas é de que o casal já está agindo desta forma há alguns anos e não terminam as obras que iniciam, já que pelo contrato realizado a promessa é de entrega das casas em 100 dias úteis, que seria o prazo aproximado de pagamento total pelos contratantes. Os contratantes realizavam o pagamento de uma entrada e parcelavam em poucas vezes o restante do valor e que as vítimas realizam os pagamentos, sob ameaça de terem a obra paralisada e não entregue pelos investigados”, afirma a Polícia Civil.
Após a expedição dos mandados de busca e apreensão, os policiais foram até os dois imóveis do casal, onde apreenderam três aparelhos celulares, notebook, diversos contratos, recibos e desenhos de plantas feitos à mão. Os documentos, em sua maioria, estavam embalados e guardados em caixas, com indícios de que o casal deixaria a cidade em breve.
Já no galpão, a polícia não encontrou nenhum funcionário, pois foi constatado que a empresa não possui colaborador contratado. Lá, foram encontradas poucas peças de madeiras e máquinas.
Após o cumprimento dos mandados, também foi feita a quebra de sigilo de dados telemáticos e bancários, além da suspensão temporária das atividades da empresa.
Os prejuízos somam mais de R$ 220 mil
A construtora, com endereço inicialmente no Jardim Itamaracá, já deixou um prejuízo de mais de R$ 220 mil – que a reportagem teve acesso – em vítimas, não apenas no Mato Grosso do Sul, mas também no interior de São Paulo.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, a empresa foi aberta no ano de 2021, composta por duas pessoas que se apresentam como um casal, na promessa de entregar as tão sonhadas casas de madeira prontas para morar.
Entretanto, o sonho se tornou um pesadelo e um tormento na vida das vítimas. Os relatos ouvidos pelo Jornal Midiamax são quase todos semelhantes, descrevendo que a construtora inicia a obra, mas não consegue finalizar e começa a causar os inúmeros transtornos.
As vítimas relatam que a dupla vai até o local combinado para conversar sobre os negócios, entender qual seria a melhor construção até a assinatura do contrato. Após isso, vão ao local da obra para avaliar o terreno. Contudo, após a assinatura do contrato, os problemas já começam aparecer – alguns na chegada dos pedreiros.
Confira a nota na íntegra:
“Em face das informações veiculadas, é imperativo esclarecer alguns pontos. Em primeiro lugar, é importante destacar que as pessoas envolvidas são consideradas supostas vítimas, uma vez que a investigação ainda está em andamento e diligências adicionais serão realizadas, o presente processo de investigação tramita em segredo de justiça.
A caracterização como vítimas somente se concretizará com a prolação de uma sentença condenatória transitada em julgado.
A operação realizada teve como objetivo exclusivo a busca e apreensão. Ressalta-se, também, que o casal não foi intimado para prestar depoimento até a presente data, mas ambos estão à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento necessário.
Nesse contexto, por questões éticas e em respeito ao devido processo legal, não serão fornecidas informações adicionais”.
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