Segundo e último dia de júri ‘polêmico’ deve ter 12 horas de duração com veredito do Conselho Sentença

Julgamento de Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim deve encerrar até às 20 horas desta quinta-feira (5)

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(Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

O segundo e último dia de júri popular do ‘Caso Sophia’ deve ter 12 horas de duração com o veredito do Conselho de Sentença na noite desta quinta-feira (5), no Fórum de Campo Grande. Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim – mãe e padrasto, são réus pela morte de Sophia Ocampo, de 2 anos, ocorrida em janeiro de 2023.

Na manhã desta quinta (5), Christian foi interrogado durante 1h30, negou as acusações de agressões e estupro contra a menina e encerrou seu depoimento chorando. “Não tive tempo de me despedir da Sophia”, disse em plenário. 

Logo, iniciaram os debates com a promotora Lívia Carla Guadanhim, do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e ao fim da sessão o Juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, conversou com a imprensa. 

Na ocasião, o magistrado disse que a expectativa é que o julgamento se encerre até às 20 horas da noite desta quinta (5). “Hoje os trabalhos estão fluindo bem e eu acredito que até às 20 horas se encerra o julgamento”, disse Aluizio.

(Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

O juiz ainda comentou sobre o julgamento considerado polêmico e de grande repercussão em Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil.

“É polêmico quando envolve criança. Aliás, todo crime de homicídio, feminicídio é polêmico, tanto que sempre tem pessoas acompanhando e o plenário, por vezes, lota. No caso, como maior repercussão pública por envolver criança e nas circunstâncias como o estupro”, afirmou o Juiz Presidente da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Por fim, Aluizio também explicou como será sua atuação após a votação dos jurados. “Não posso fazer juízo de valor, somente os jurados. A mim resta apenas, se eles condenarem, fixar a pena conforme critério objetivo, antecedentes, o grau de culpabilidade, dolo, as circunstâncias do crime, a vítima”, explicou.

Promotora mostrou conversas em que Stephanie ria ao mandar Christian agredir Sophia 

Durante o debate iniciado pela promotora Lívia, ela mostrou conversas e áudios afirmando que, tanto Stephanie, quanto Christian batiam na menina. Em uma das mensagens apresentadas pela promotora, a mãe de Sophia diz que deu diversas chineladas na menina. “Dei um monte de chinelada nela, um monte mesmo, ela ficou chorando lá um tempão”, diz a ré em um dos áudios.

Já em outro momento Christian disse que iria bater na pequena e a mãe diz ‘pode bater’. Já em outra conversa, Christian afirma que bateu em Sophia e a ré responde com risos: “kkk”.

Omissão

“Foi omissa. A atitude dela é até mais grave do que a dele. A mãe, que tem o dever de cuidar. Ela fala de boa mãe que sofria violência, mas as mensagens ela nem sequer pede para ele não bater na menina”, disse a promotora Lívia Carla Guadanhim.

Além disso, a promotora também citou que Christian orienta Stephanie a dar tapas na orelha de Sophia e ameaçou quebrar o pescoço da menina caso ela desobedeça. “Uai, é só você falar para a Sophia que não. Põe ela sentada e acabou, fala que se ela levantar, eu vou quebrar o pescoço dela. Pronto, resolvido o negócio”, diz o padrasto em áudio mostrado pela promotora durante o debate.

Assassinato de Sophia

Sophia morreu em janeiro de 2023, após passar por várias internações. Assim, as investigações mostraram que a mãe levou a menina até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito.

Além disso, a polícia identificou indícios de estupro na vítima. Ainda durante as investigações, uma testemunha contou que após receber a informação sobre a morte de Sophia, o padrasto teria dito a frase: “minha culpa”.

Também uma das contradições apontadas na investigação é o fato da mãe dizer que antes de levar a filha para atendimento médico, a menina teria tomado iogurte e ido ao banheiro.

Essa versão é contestada pelo médico legista, que garantiu que com o trauma apresentado nos exames, a criança não teria condições de ir ao banheiro ou se alimentar sozinha.

Por fim, a autópsia apontou que Sophia pode ter agonizando por até seis horas antes de morrer. Após o início das investigações, a polícia prendeu o padrasto e a mãe da menina. Eles seguem presos.

Sophia foi torturada e morta aos 2 anos. (Reprodução, Redes Sociais)

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