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Polícia

Morte e explosão em subestação: disparam casos de furto de fios elétricos em Campo Grande

Apesar de lei que prevê multa de R$ 10 mil, produtos são facilmente vendidos em ferros-velhos ilegais
Aline Machado, Monique Faria -
(Foto: Ana Laura Menegat, Midiamax)

Apesar de lei que coíbe e prevê de até R$ 10 mil reais para estabelecimentos comerciais que forem flagrados com fios de cobre sem comprovação de procedência, a média anual de furtos dobrou, se comparada ao ano de 2023. Um dos principais motivos é a facilidade na venda dos produtos. As ações das forças de segurança revelam que usuários de drogas furtam os materiais e trocam por entorpecentes, oferecidos por receptadores.

Em 2023, foram 107 casos, uma média de nove furtos por mês. Já em 2024, apenas nos primeiros 35 dias foram registrados 17 furtos, conforme levantamento realizado pela Sesdes (Secretaria Especial de Segurança Pública e Defesa Social).

Aprovada desde maio de 2022, a Lei que exige comprovação de origem ou procedência na comercialização de cobre, alumínio e estanho em , apenas em outubro do ano passado, foi assinado o decreto para regulamentar as ações contra os furtos.

Conforme a regulamentação, o estabelecimento que comercializar o produto sem a comprovação da procedência ou origem, pode sofrer multa de R$ 10 mil reais, além da reclusão de 1 a 4 anos e a cassação do alvará de atendimento do proprietário e sócio pelo período de 10 anos.

Apesar da coibição, a facilidade na venda faz o número de furtos crescer a cada dia. Os ferros-velhos irregulares, segundo o secretário da Sesdes, Anderson Gonzaga, são os principais receptadores.

“Identificamos que a maioria trabalha de forma legal, mas esbarramos nos clandestinos. Neste ano, fizemos 4 operações e recuperamos até veículo furtado nesses ferros-velhos ilegais. Muitos deles funcionam também como boca de fumo, então a pessoa furta e troca por entorpecentes”, afirma.

Ainda segundo o secretário, ações são intensificadas para coibir a receptação dos fios de cobre furtados na Capital. “A cidade toda está sendo prejudicada, atacada por esse tipo de furto de fiação. Estamos trabalhando de forma integrada nas periferias. Intensificamos trabalho no Caiobá com equipes 24 horas e vamos fazer o mesmo em outras regiões”, garante.

Em Campo Grande, as fiscalizações ocorrem de forma integrada entre equipes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), subordinada a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança Pública e Defesa Social), (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), (Secretaria Municipal de Saúde), Sisep (Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos), Polícia Militar e Polícia Civil.

Explosão e morte em subestação de energia

Os furtos de fio, além de crime, colocam em risco a vida de quem infringe a lei em busca desses materiais. Nesta segunda-feira (5), um homem – ainda não identificado – morreu eletrocutado em uma subestação de energia elétrica após receber descarga de 130 mil kilovolts.

Conforme a Polícia Civil, ele invadiu unidade de energia da Vila Progresso, próximo ao Estádio Morenão, em Campo Grande, para roubar fios de energia.

Durante a tentativa de furto, houve um curto-circuito na rede e o homem morreu eletrocutado. A explosão foi vista de longe por moradores da região. Uma densa fumaça também foi observada e registrada durante a madrugada.

O diretor de operações da Energisa, Helier Fioravante, informou que apesar de ser cercada com grades, ter placas de aviso de risco e de ser monitorada, a concessionária identificou a invasão à unidade e, logo, o curto-circuito.

Segundo o diretor de operações da concessionária, a subestação é responsável por 10% de cargas da cidade e deixou cerca de 40 mil unidades sem energia elétrica. Até o início da noite desta segunda-feira, equipes ainda trabalhavam para restabelecer os serviços.

A Polícia Civil informou que o caso é investigado como furto qualificado, com destruição ou rompimento de obstáculo, na forma tentada; morte a esclarecer e dano qualificado, se o crime cometido contra o patrimônio da união, Estado, Município, Empresa Concessionária de serviços públicos.

Foto: Ana Laura Menegat, Midiamax

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