Gabriel Francisco Serra Inverso, foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão pela morte de Wellerson de Oliveira Rodrigues, de 22 anos, conhecida como Agatha. O crime ocorreu 15 de dezembro de 2022, após uma discussão, na frente de um posto de combustível na Avenida Marechal Deodoro, no Jardim Leblon, em Campo Grande. 

O autor foi julgado na 1ª Vara do Tribunal do Júri nessa quinta-feira (23) e o Conselho de Sentença o condenou ao crime de lesão corporal seguida de morte. O regime inicial de cumprimento de pena será o fechado.

Durante o julgamento, Gabriel confirmou ser o autor da facada que matou Agatha, mas negou que tenha tido a intenção de assassiná-la. “Nunca tive a intenção, a gente estava realmente muito drogado, muito bêbado. Não sei onde tirei forças”, afirmou aos jurados.

Exploração sexual

A mãe de Aghata – a qual também chama a vítima pelo nome de nascença, e não o social – foi uma das declarantes ouvidas nesta manhã. Ela relatou que “o filho” era uma pessoa muito boa, calma e sem maldade, até conhecer o autor. 

“Explorava ‘meu filho’ para fazer bancar a vida de usar drogas que ele tinha. Nunca vi ‘meu filho’ usar droga, beber. Sempre me respeitou. Permanecia comigo em casa, até que esse Gabriel conseguiu levar para a rua”, declarou.

Gabriel, por sua vez, negou. “Nos dois somos homossexuais. Nunca obriguei ele a fazer programa. Conheci ele já usando drogas, bebendo e fazendo programa na avenida, assim como eu fazia. O ‘Wellerson’ se vestia assim, igual, só a noite que se vestia de mulher para fazer programa”.

Relembre o caso 

No dia 15 de dezembro de 2022, Agatha foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e seu estado de saúde era considerado gravíssimo. A vítima foi atingida com uma facada na região da costela, no lado esquerdo do tórax, que perfurou o coração, após uma discussão com o companheiro no canteiro da Avenida Marechal Deodoro.

Ela não portava documentos pessoais. A vítima teve uma parada cardiorrespiratória e foi encaminhada para a Santa Casa, onde morreu horas depois.

Três dias após o crime, em 18 de dezembro de 2022, Gabriel se entregou à PM (Polícia Militar), que o encaminhou até a delegacia de polícia.

Já havia esfaqueado por ciúmes

Em setembro de 2019, Gabriel foi preso por esfaquear um homem, de 32 anos, no bairro Marcos Roberto, em Campo Grande. Na ocasião, a vítima foi levada em estado grave para a Santa Casa.

O autor foi encontrado escondido em uma construção e teria, inicialmente, mentido sobre o crime tentando incriminar outra pessoa. Mas, antes de entrar para o centro cirúrgico, a vítima reconheceu pela foto mostrada pelos policiais o autor.

A testemunha que o autor tentou incriminar disse que o crime teria acontecido por ciúme. 

*O tratamento da vítima como Agatha foi seguido conforme mencionado pelo juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete.