A guerra entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) tenta tomar conta da cidade de Sonora, município a 361 km de Campo Grande. Na madrugada desta segunda-feira (15), os criminosos fizeram mais uma vítima, a 7ª desde o início do ano.
A Polícia Militar foi acionada por conta de um indivíduo que abriu fogo contra pessoas que estavam em frente a uma boate.
Ao chegar ao local, a equipe policial encontrou um adolescente ferido na perna e uma jovem, de 18 anos, ferida caída dentro da boate. Ela foi atingida no peito.
O socorro foi acionado, mas a jovem morreu.
A suspeita é de que o crime tenha ocorrido em razão da guerra entre facções, onde o autor seria do CV e tentava matar outro da PCC. O adolescente ferido, inclusive, tem envolvimento com o assassinato de duas pessoas, entre elas o professor Jair Ferreira Jara, no dia 15 de março no ginásio da cidade. Conforme apurado, o adolescente teria escondido a motocicleta usada pelos pistoleiros que mataram o professor.
Equipes das delegacias especializadas que estão na cidade em operação contra a guerra entre facções, assim como a delegacia de área e Perícia, foram acionadas.
Facções tentam controlar narcotráfico em MS
Rota para o tráfico de drogas, Mato Grosso do Sul acabou virando palco para embates entre as duas facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) – que historicamente domina o Estado há pelo menos 25 anos, onde criou uma subsede da facção – e o CV (Comando Vermelho) – que agora tenta ‘invadir’ e dominar o Estado gerando guerra entre as facções.
Para o promotor de Justiça do estado de São Paulo, Márcio Sérgio, autor do livro Laços de Sangue – A História Secreta do PCC, em entrevista para o Midiamax, este embate entre as duas facções no Estado está longe de acabar, já que para o CV o Estado tem um papel importante na saída de drogas, assim como para o PCC, que tenta manter a sua hegemonia usando Mato Grosso do Sul como subsede da facção.
Neste embate que passou a surgir em Sonora, o promotor fala da relação de oportunidade que o CV viu ao tentar entrar no Estado para expandir sua rota. “Uma questão estrutural, e que deverá eclodir novamente com mais disputas entre as facções”, fala Márcio.
Mesmo depois da situação controlada pelas forças policiais que deflagraram a Operação Divisa, contra a guerra de facções, o promotor paulista não descarta novos embates entre PCC e CV. “Em algum ponto vai eclodir novamente esta disputa”, falou.
