Fuga de detentos da Máxima expõe fragilidade de Complexo com 10 policiais para 7 mil detentos
Com baixo efetivo, estabelecimento penal tem série de casos envolvendo entrada de drogas e até preso ‘tiktoker’
Thatiana Melo –
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A fuga de dois detentos do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, conhecido como Máxima, na madrugada desta segunda-feira (4), em Campo Grande, expôs a fragilidade da penitenciária que deveria ser, como o nome sugere, de Segurança Máxima.
Não é de hoje que a penitenciária vira notícia, seja pelo arremesso de drogas para dentro do complexo ou por ter ‘preso tiktoker’, que posta vídeos de dentro da Máxima. Agora, mais uma vez, está entre as principais notícias devido à fuga de Naudiney de Arruda Martins, conhecido como ‘Hip Hop’, e Douglas Luan Souza Anastacio, conhecido como ‘Dodo’.
Segundo informações, apenas uma torre de segurança do presídio estaria em funcionamento e, na área da fuga dos presos, não há câmeras de segurança. Todo o complexo penitenciário que engloba a Máxima, o Presídio de Trânsito, o Centro de Triagem e o Instituto Penal tem aproximadamente 7 mil presos.
Já o número de plantonistas para cuidar da Máxima e, em consequência do Complexo todo, seria de apenas 10 policiais penais, o que muitas vezes faz com que drogas acabem entrando no local com os famosos ‘pombos’. Em novembro de 2023, vídeo circulou nas redes sociais mostrando uma ‘chuva de drogas’.
No vídeo, os presos correm para pegar as drogas no pátio da penitenciária sem pudor nenhum e sem nenhuma fiscalização de policiais. Na época, a Agepen chegou a informar que melhorias estavam sendo feitas para que impedissem que drogas entrassem no presídio.
A nota da Agepen na época diz: “A Agepen informou que instalou telas de seis metros de altura entre a muralha e os solários no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho para impedir o arremesso de drogas e celulares para a penitenciária. Ainda segundo a Agepen, também trabalha para possibilitar o telamento sobre os todos os pavilhões, como forma de enfrentamento ainda mais eficaz contra essa prática. Segundo a nota, todas as demais apurações necessárias estão sendo tomadas.”
Detento ‘tiktoker’ viraliza nas redes
Em fevereiro deste ano, a Máxima voltou novamente a ser notícia quando vídeos de um detento ‘tiktoker’ viralizaram nas redes sociais. A Agepen se pronunciou na época dizendo que as imagens eram antigas.
No vídeo, o detento fala “esse é o ambiente. Realidade é só uma”, ao fazer as imagens de outros internos no pátio. Ele ainda diz “Olha o muro, é só jogar os pombos por cima”. O interno tem mais de 16 mil seguidores na conta do TikTok.
Três operações foram realizadas na Máxima e em outros presídios do Estado para a apreensão de celulares e drogas que entravam dentro das penitenciárias. Em outubro do ano passado, foi realizada a 3ª fase da Operação Mute, onde foram apreendidos mais de 150 celulares. O objetivo da ação era coibir a comunicação externa de detentos. A ação ocorreu em todo o país e em Mato Grosso do Sul sete unidades prisionais foram vistoriadas. As vistorias foram realizadas no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, Instituto Penal de Campo Grande, Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas e os estabelecimentos penais masculinos de Corumbá, Paranaíba e Rio Brilhante.
Um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) será instaurado para apurar a fuga dos presos. Sobre o Presídio Jair Ferreira de Carvalho, conhecido como Máxima, estar funcionando apenas com uma torre e ter pouco efetivo para número elevado de detentos, o Jornal Midiamax questionou a Agepen, mas até o fechamento da matéria não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
O Midiamax também espera pela manifestação do Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), em relação aos policiais penais na Máxima.
Fuga de presos usando ‘tereza’
A fuga dos dois presos aconteceu quando uma ‘tereza’ foi jogada de fora para dentro do presídio para a fuga que aconteceu em uma parte da penitenciária que não tem câmeras de segurança. Douglas tem passagens por tráfico de drogas e Naudiney por roubo majorado. Em nota a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) que os outros dois presos que tentaram fugir junto de Douglas e Naudiney foram recapturados.
Transferido antes de fuga na Máxima
Naudiney de Arruda Martins, conhecido como ‘Hip Hop’, que fugiu na madrugada desta segunda-feira (4), do Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, havia sido transferido há cerca de um ano da Gameleira I. Outro detento Douglas Luan Souza Anastacio, conhecido como ‘Dodo’ também fugiu. Informações obtidas pelo Jornal Midiamax são de que Naudiney estava encarcerado na Gameleira I, já que era problemático e estava em um regime mais severo. Mas, acabou sendo transferido para a Máxima pouco antes da fuga desta segunda.
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