Uma adolescente, de 15 anos, teria sido estuprada pelo irmão paterno, de 31 anos, em Campo Grande, na última quarta-feira (3). A menina morava com o pai, que não teria acreditado no estupro e ameaçado a filha de morte caso contasse para alguém.

Segundo boletim de ocorrência, a menina estaria dormindo em seu quarto, quando acordou com o irmão cometendo o estupro. Ao perceber, ela começou a chutá-lo para fugir do suspeito. Em seguida, ela teria corrido para a casa de uma familiar e pedido ajuda. Essa familiar que a levou para a delegacia para relatar os fatos. 

A menina foi ouvida na delegacia e relatou que essa não teria sido a primeira vez que o irmão teria a estuprado. Em uma das vezes, ela – acompanhada do pai -, teria ido visitar o irmão, que mora no interior, quando ele a agarrou. 

Em outro momento, a vítima – na casa do pai – foi até o carro buscar algo pedido pelo seu genitor e foi surpreendida pelo irmão, sendo novamente estuprada por ele. Com isso, a menina teria saído correndo para perto de seus familiares.

Ainda conforme o registro policial, em outro dia, o suspeito teria surpreendido a vítima novamente na casa do pai agarrando ela e a mesma gritou por socorro, momento em que ele a soltou. Ele também mandava mensagens de cunho sexual para a irmã com frequência. 

A menina já havia relatado ao pai os abusos, mas o mesmo não teria feito nada. Ao saber do estupro sofrido na última quarta (3), não acreditou na filha e ainda passou a ameaçá-la, dizendo que ela queria prejudicar o irmão. 

O pai teria ameaçado dar uma surra e matar a filha, caso contasse dos abusos para alguém e que não adiantaria ela se esconder, pois seria encontrada de qualquer forma. Na delegacia, a menina relatou ter medo de seu genitor, pois o mesmo teria duas armas de fogo, já vistas por ela. 

O caso foi registrado na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) como estupro e ameaça, no âmbito da violência doméstica.

‘Dor inexplicável', diz mãe da vítima

A mãe da adolescente disse ao Jornal Midiamax que sente uma dor inexplicável ao ver que a filha foi vítima de estupro. Na tarde desta segunda-feira (8), a mulher – que mora em outro estado, em cidade que fica a aproximadamente 1.600 quilômetros de -, disse que a filha já está sob seus cuidados, mas ficou ‘de mãos atadas' ao saber do caso.

Após o registro da ocorrência, a adolescente fez exame de corpo de delito, ficou sob a guarda do Conselho Tutelar e dias depois foi levada para ficar com a mãe. Ela disse que a menina sempre teve vontade de ter uma experiência de morar com o pai, por isso, neste ano de 2024, ela veio para a Capital. 

“Olha, a dor de ver minha filha passando por isso é inexplicável, ela está sendo muito amada, muito zelada como ela já era, a questão é que ela queria ter a experiência de viver com o pai. E deu nisso. O pai negligenciou totalmente a situação, fez foi brigar com a menina dizendo que ela acabou com a vida dele”, desabafa. 

A mulher ainda contou que a polícia foi até a residência do pai da menina, mas não o encontrou, assim como o irmão suspeito não foi localizado. De acordo com ela, o irmão já teria sido denunciado por abuso anteriormente.

O Jornal Midiamax entrou em contato com a Polícia Civil para saber o andamento das investigações, mas até a publicação da reportagem, não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.