Vítimas fazem reconhecimento de ‘Maníaco do Parque das Nações Indígenas’ em Campo Grande

Mulheres pedem que Justiça mantenha José Carlos preso

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Reconhecimento foi feito nesta terça-feira (Foto: Henrique Arakaki / Midiamax)

Na tarde desta terça-feira (3), três das quatro mulheres identificadas como as mais recentes vítimas de José Carlos Santana, que ficou conhecido como “Maníaco do Parque das Nações Indígenas” fizeram o reconhecimento facial do autor na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) em Campo Grande.

José Carlos, que já cumpriu pena por estupro, foi preso na segunda-feira (2) após investigações o apontarem como autor de quatro casos denunciados em Campo Grande. Em um deles, ele perseguiu uma adolescente, de 17 anos, que conseguiu pedir socorro antes de ser atacada.

Acompanhada da mãe, a jovem disse que foi perseguida quando voltava da academia no Bairro Coophavila, mas conseguiu pedir socorro ao passar pela casa de um parente. “Ele estava atrás de mim e quando eu acelerava o passo, ele fazia o mesmo. Quando eu passei pela casa do meu tio, pedi socorro e ele fugiu”, relata.

A mãe da adolescente disse a rotina da filha foi alterada depois que a menina foi perseguida por José Carlos. “Minha filha não sai mais sozinha. A gente sabe que acontece, mas nunca acredita que vai acontecer com os nossos. Agora que ele está preso, ficamos mais aliviadas. Desejamos que a justiça seja feita e que ele venha a pagar pelos crimes que cometeu”, declara.

Uma jovem, de 20 anos, que também fez o reconhecimento do autor, foi atacada quando voltava do trabalho para casa, no último dia 22. Antes de estuprar a vítima, ele disse que aquele era o dia de sorte dela.

“Vi que tinha alguém atrás de mim. Estava de fone de ouvido e abaixei a música. Ele me pediu para parar. Achei que seria um assalto. Ele disse que a princípio iria me assaltar e me estuprar, mas que era o meu dia de sorte e não faria isso. Falou que iria passar a mão no meu corpo e ir embora. Ele me levou até o carro dele e me estuprou”, relata.

De acordo com os relatos, depois de cometer o crime, José Carlos ameaçou a vítima e disse para que ela não procurasse a polícia, pois sabia onde ela morava e iria matá-la. Na delegacia, nesta tarde, as vítimas pediram que a Justiça mantenha o ‘Maníaco do Parque das Nações Indígenas’ preso.

Prisão por estupro

Em 2007, José Carlos foi preso depois de estuprar 10 mulheres. Em fevereiro de 2016 ele passou a cumprir pena em regime semiaberto em progressão. Segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário Estadual), desde outubro de 2021, José Carlos estava em regime aberto cumprindo a pena em outra cidade com autorização judicial.

Ele foi preso nessa segunda-feira (2) por equipe da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). A Polícia informou que ele tinha um lava-jato na região de Terenos, no entanto, os moradores da cidade afirmam que nunca o viram por lá. Nas redes sociais, José Carlos, aparece falando sobre limpeza de automóveis.

A delegada, Elaine Benicasa, revelou que ao ser preso, o ‘Maníaco do Parque das Nações Indígenas’ alegou que não conseguia se ‘controlar’ e ‘orava’ quando cometia os estupros.

Imagens de câmeras de segurança das ruas de Campo Grande mostram José Carlos perseguindo mulheres pelas ruas. Os estupros eram cometidos sempre pela manhã, quando as mulheres saiam para trabalhar. As vítimas eram escolhidas de forma aleatória.

As investigações apontam que nos últimos dois anos, o ‘Maníaco do Parque das Nações Indígenas’ estuprou quatro mulheres, no entanto, a Polícia não descarta a possibilidade dele ter feito mais vítimas.