Um ano após crime, MP pede pronúncia de Joe Magnum por duplo homicídio e absolvição de ex
Acusado responde pela morte de dono de lava jato e de motociclista que passava pela rua e acabou atingido pelos disparos
Mirian Machado –
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O Ministério Público pediu que Joe Magnum Arce de Souza seja pronunciado por duplo homicídio qualificado pelo motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima pelo assassinato de Luiz da Conceição Tierre, dono de um lava jato na Avenida das Bandeiras. O crime aconteceu na manhã do dia 27 de maio de 2022, na ocasião, por ‘erro na execução do crime’, Adriano Medeiros Pereira que passava pelo local acabou atingido pelos tiros e também morreu.
O pedido da promotora de Justiça Luciana do Amaral Rabelo foi publicado na última segunda-feira (22) e apontou trechos dos depoimentos colhidos durante audiência de instrução do caso, além de laudos que comprovam a materialidade.
Na ocasião, o MP ainda pediu a absolvição da ex de Joe e namorada de Tierre, Nayara Aparecida da Silva, pelos crimes de furto, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e corrupção de menores.
Durante as audiências de instrução foram ouvidas 4 pessoas declarantes, 10 testemunhas e os acusados.
“Seja julgada parcialmente procedente a denúncia, para fins de PRONUNCIAR o réu JOE MAGNUM ARCE DE SOUZA pela praticados delitos (…) para que seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, órgão competente para decidir a causa“.
Interrogatórios durante instrução
Em interrogatório, Joe contou que não suportava mais ameaças de Tierre. Disse ainda que Nayara havia feito empréstimo no nome da mãe de Joe e por isso ele a cobrava, porém a vítima enviava vídeos de pessoas ‘cortadas’ afirmando que faria o mesmo com ele, caso não parasse de cobrar Nayara. Joe ainda contou que não sabia da morte de Adriano, que ficou sabendo através de reportagens.
Apesar de negar, a denúncia do MP afirma que o crime foi praticado em razão do acusado não aceitar o suposto relacionamento amoroso que existia entre a vítima e sua ex-companheira Nayara.
Já Nayara em depoimento contou que estava se relacionando com Tierre há 3 meses e que estava separada de Joe há 7 meses, inclusive tinha medida protetiva contra ele e que ele sempre tentava reatar o relacionamento. Na época havia surgido a suspeita da mulher estar envolvida no crime.
A filha de Nayara contou em juízo que no dia anterior ao crime, Joe foi até a residência e contou que mataria Tierre porque não aceitava o fim do relacionamento e não queria que Nayara ficasse com Tierre. “Ela é minha mulher”, teria dito Joe.
Foi constatado que a arma de Tierre não havia sido subtraída por Nayara e o filho contou que levou por conta própria a arma para casa, sem consentimento da mãe. Por este motivo foi feito pedido de absolvição dos crimes contra a mulher.
Joe também vai responder pelo homicídio de Adriano, o homem que passava pelo local, e que sem ter nada a ver com a situação ou com os envolvidos morreu ao ser atingido por tiro. “Quando por acidente ou erro nos dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela“, diz o MP.
Duplo assassinato
No dia 27 de maio de 2022, por volta das 6h30, na Avenida das Bandeiras, no Bairro Vila Carvalho, em Campo Grande, Joe Magnum Arce de Souza, em posse de uma arma de fogo, matou Luiz da Conceição Tierre. Na mesma ocasião, por erro na execução do crime, também atingiu com disparo de arma de fogo Adriano Medeiros Pereira. Ambos morreram no local.
Tierre estava em frente ao seu estabelecimento comercial quando Joe chegou por trás e de surpresa efetuou disparo contra a vítima. Tierre caiu ao chão, mas se levantou e tentou fugir, porém foi perseguido e atingido por mais disparos. Em seguida, Joe fugiu do local.
Durante a ação, Adriano Medeiros Pereira estava passando pela via em uma motocicleta quando foi atingido e morreu.
Joe Magnum Arce de Souza praticou o crime por motivo torpe, vingança, porque não aceitava o suposto relacionamento amoroso que existia entre a vítima e a sua ex mulher Nayara.
O modus operandi adotado pelo denunciado, aproximando-se da vítima Luiz, pelas costas e repentinamente efetuando os disparos de arma de fogo, qualifica o delito pelo recurso que dificultou a defesa da vítima.
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