MPMS descarta latrocínio na morte de dono de lava jato em Campo Grande
Mulher responderá pelo furto da arma e corrupção de menor
Renata Portela –
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Nesta terça-feira (12), após conclusão do inquérito da Polícia Civil sobre as mortes de Luiz Conceição Tierre, 36 anos, e Adriano Medeiros Pereira, de 33 anos, casal foi denunciado. Joe Magnum Arce de Souza, de 34 anos, é acusado do duplo homicídio e a ex-companheira responde pelo furto da arma de Tierre, mas não foi acusada do possível latrocínio.
Conforme detalhado na denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Joe assassinou Tierre e, por erro na execução do crime ainda atingiu e matou Adriano Medeiras. Foi apurado que Luiz estava na frente do lava jato quando Joe chegou por trás, armado, e fez o disparo.
Luiz Tierre caiu no chão ferido, conseguiu se levantar e tentou fugir, quando Joe o perseguiu e atirou mais vezes. O homem ficou caído no chão e ainda foi atingido por mais disparos, morrendo no local. Joe fugiu logo após o homicídio e, durante o crime, Adriano que passava pelo local em uma moto, a caminho do trabalho, foi atingido e também morreu.
Na denúncia, consta que Joe “praticou o crime impelido por motivo torpe, vingança, porque não aceitava o suposto relacionamento amoroso que existia entre a vítima Luiz da Conceição Tierre e a denunciada (…), sua ex-convivente”. Ele também agiu com recurso que dificultou a defesa da vítima.
Já a mulher foi acusada pelo MPMS de furto qualificado. A denúncia relata que ela furtou a pistola calibre 380 de Tierre. Ela também responde pelo porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, por ter portado tal pistola. Além disso, também é acusada de corrupção de menores.
Isso, porque teria corrompido o filho de 14 anos a praticar os delitos de portar e ocultar a arma de fogo, que foi escondida pelo adolescente na casa da família.
Relatório de inquérito apontou latrocínio
Conforme o relatório de inquérito da Polícia Civil, feito na 5ª Delegacia, a mulher chegou a ser indiciada pelo latrocínio – roubo seguido de morte. A investigada negou ter ‘instigado’ Joe a assassinar Tierre para roubar o dinheiro. O valor é um montante de R$ 60 mil, que desapareceu do lava jato após o homicídio.
A suspeita ainda alegou que o valor que pegou no lava jato foi entregue para uma funcionária do estabelecimento. No entanto, as investigações ainda identificaram que dias antes do assassinato, a suposta amante de Tierre passou a comentar que tinha uma herança a receber, o que poderia ser uma maneira de tentar justificar a posse de valores que ela teria com a morte da vítima.
Já a funcionária mencionada pela indiciada prestou depoimento e sustentou ter recebido apenas R$ 340. A polícia concluiu que, sabendo que Tierre estava com dinheiro dos empréstimos com que trabalhava e, também da venda de um imóvel, a suspeita instigou o ex a praticar o crime, com a finalidade de após a morte subtrair os valores.
Prisão de autor dos disparos
Joe foi preso preventivamente no dia 28 de junho, em Campo Grande. Ele já tinha sido identificado e chegou a ser ouvido na delegacia, quando confessou o crime, mas negou que tenha sido premeditado. Joe já acumula passagens por roubo e também tentativa de homicídio, a facadas, contra outro convivente da ex-mulher.
Joe foi preso escondido em uma chácara em Campo Grande e, no momento em que os policiais do GOI (Grupo de Operações e Investigações) chegaram, ele estava com a arma do crime. Ele só soltou a arma quando a filha de 8 anos gritou.
A polícia confirmou que a menina sabe detalhes do crime e que, inclusive, no dia do assassinato mandou mensagem às 6h35 para o pai. Ela teria dito que se ele tivesse matado Tierre não era para voltar para casa, ou seria preso.
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